O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse na manhã desta quinta-feira, 18, que o governo não permitirá excessos de policiais militares, mas que vai seguir todos os ritos de investigação, ao comentar, em entrevista coletiva, a atuação da polícia na investigação da manifestação da noite de quarta, 17, no Leblon, bairro onde mora o governador Sergio Cabral. O protesto terminou em quebra-quebra e saques a lojas na região.
"Não compactuamos com qualquer tipo de excesso. O que ocorre é que para eu taxar alguém de ter cometido excesso, essa pessoa tem direito à ampla defesa. Na medida em que vai se verificando o fato de ter ocorrido ou não o excesso, as pessoas vão sendo punidas ", afirmou.
O secretário evitou responder se considera seguro manter o encontro do papa Francisco com o governador Sérgio Cabral no Palácio Guanabara, como está previsto para ocorrer na segunda-feira, 22. Há um protesto marcado para o mesmo dia, em frente ao palácio.
Beltrame lembrou o caráter imprevisível das manifestações. Ele disse que a agenda do papa está em discussão entre o governo federal e o Vaticano e que a secretaria atua como órgão de consulta. "O planejamento está pronto. Na questão da segurança pública cotidiana não há problema nenhum. Agora temos a possibilidade de manifestação e tem que dar resposta diferenciada. A PM e a Polícia Civil estão prontos para receber o papa".
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro, disse que as tropas voltarão a usar armas não letais para reprimir manifestações na mesma medida do que vinha sendo feito, desde o início de junho.
"O que foi pactuado com a OAB, com a Anistia Internacional, não deu certo. Há queixa contra o gás, mas o gás é o que menos incomoda. Nossa ação foi prejudicada", afirmou há pouco, em entrevista coletiva. Na terça, 16, a PM havia informado que usaria balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral com mais comedimento na dispersão de protestos.