Leia Mais
Grupos de manifestantes serão barrados no Campus da Fé, em GuaratibaPara OAB-RJ, manifestação teve 'traços de fascismo'Manifestantes voltam a bloquear rodovia de acesso ao Porto de SantosAtuação da PM em protesto no Rio foi 'normal', diz ministro da justiça Instrutor do Bope reconhece que houve instrução para não impedir depredaçõesNesta sexta-feira, o jornal O Globo publicou entrevista em que Baía comentava o quebra-quebra no Leblon, na capital fluminense. "A polícia viu o crime acontecendo e não agiu. O recado da polícia foi o seguinte: agora, eu vou dar porrada em todo mundo", afirmou ao jornal carioca. O caso foi denunciado à Ouvidoria do Ministério Público (MP) e à chefia de Polícia Civil.
"Não dê mais nenhuma entrevista, não cite a Polícia Militar de forma alguma, senão será a última entrevista que o senhor dará." Baía circulou pelo Aterro, passou pela Avenida Rio Branco e foi deixado em frente à Biblioteca Nacional - um trajeto de 10 minutos. "O recado está dado", disse um dos homens ao liberar Baía.
"Não estou amedrontado, mas estou sob tensão. É um atentado a minha pessoa, mas também à liberdade de imprensa. O motivador foi a matéria publicada hoje (19)", afirmou Baía. Ele contou que foi a primeira ameaça que sofreu e que pretende mudar a rotina.
"Estou impactado, um pouco traumatizado. Esta é uma posição nova para mim - a de vítima. Já vim a essa casa (MP) muitas vezes, trazendo vítimas. Já trabalhei em casos complicados, até mesmo com o crime organizado, mas nunca passei por isso", disse o professor, que também se encontrou com a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, e registrou o caso na 5.ª DP.
Baía vem estudando há cinco anos a demanda da população por reconhecimento, respeito e novos direitos. Ele tem participado das manifestações e mapeou os grupos que participam dos atos, identificando, inclusive, aqueles que fazem depredações e saques. "É um grupo que comete crime, não vandalismo. Vandalismo é um termo impreciso, incorreto e que desqualifica a manifestação. Esses que fazem saques são criminosos. E fico muito surpreso de a polícia assistir aos crimes e não agir", afirmou o sociólogo.