Na biografia O Jesuíta, escrita pelos jornalistas Francesca Ambroggetti e Sergio Rubin, Bergoglio conta que Esther foi uma “chefe extraordinária, simpatizante do comunismo. Eu gostava muito dela. Me ensinou a seriedade do trabalho. Realmente, devo muito a essa mulher”. Na época, Bergoglio estava começando os estudos religiosos.
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FAB cancela avião para comitiva e imprensa na visita do papaSuíte com móveis de madeira abrigará papaSegurança terá 5 mil homens em Aparecida para o papaPRF colocará mais de 10 mil policiais para ajudar deslocamento de ônibus para JMJPapa deseja um bom caminho aos que viajam para o BrasilAs mães de jovens desaparecidos, preocupadas pelo paradeiro de seus filhos, começaram a reunir-se para pedir sua liberação. Esther, que teve sua filha Ana María Careaga sequestrada em 13 de junho de 1977 e liberada em outubro do mesmo ano, participou desde o início de um desses grupos que deu origem às Mães da Praça de Maio. As reuniões eram realizadas na Igreja de Santa Cruz, no bairro de San Cristóbal.
Um dia, quando as freiras e o grupo das mães tentavam arrecadar fundos para publicar um anúncio nos jornais com a lista dos desaparecidos, apareceu Gustavo Nino, um jovem loiro de olhos azuis, que apresentou-se como irmão de um desaparecido. As mães e as freiras encantaram-se com aquele rapaz calado, doce e amável com cara de menino e o aceitaram no grupo.
Mas Niño era o tenente da Marinha Alfredo Astiz, um dos mais cruéis torturadores da ditadura. Semanas depois, entre os dias 8 e 10 de dezembro de 1977, um comando enviado por Astiz sequestrou 12 pessoas do grupo, levando-as para a Escola de Mecânica da Armada, o mais sinistro campo de detenção da Ditadura. Das mais de 5 mil pessoas que ali foram torturadas, menos de 150 sobreviveram.
Entre os dias 17 e 18 de dezembro de 1977, Esther foi dopada, colocada em um avião da Marinha e - junto com outras prisioneiras - jogada viva sobre o Rio da Prata. No dia 20, a maré levou o cadáver da bioquímica feminista até as praias do balneário de Santa Teresita. Os médicos que examinaram o corpo de Esther e suas companheiras verificaram na autópsia que, por causa do tipo de fraturas ósseas, a causa da morte havia sido o “choque contra objetos duros desde grande altura”. Todos os corpos foram enterrados como indigentes desconhecidos no cemitério da cidade de General Lavalle.
Em 2005, o juiz federal Horacio Cattani, que investigava casos de desaparecidos da ditadura, descobriu que um dos restos mortais - segundo os exames de DNA - pertencia a Esther. Em 24 de julho, Bergoglio intercedeu para cumprir o desejo dos parentes de Esther, Maria Ponce de Bianco e Azucena Villaflor, de enterrar suas cinzas no jardim da Igreja de Santa Cruz.