Com a aposentadoria do rádio foi possível fazer uma economia de R$ 9 milhões, segundo a CET informou por meio de nota. No entanto, dos cerca de 2,6 mil contatos por voz diários entre agentes e centrais, apenas mil são pelo celular. A CET informou que estuda a compra de um novo modelo de comunicação.
Na rua
No centro e nas zonas oeste e leste da capital paulista, agentes disseram ao Estado que a dependência no palmtop diminui o ritmo de trabalho. “É um celular. Às vezes, as mensagens vêm por texto e você tem de ficar lendo”, disse uma agente, que não quis ter o nome divulgado.
Outro marronzinho, que também pediu anonimato, afirmou que com o rádio, em caso de ocorrência, bastava apertar um botão e todas as equipes sabiam do problema - agilizando eventual apoio operacional. “Com o telefone, tem de ligar na central, esperar alguém atender, contar o QRU (sigla para “problema”, na linguagem dos rádios) e esperar que chamem o apoio.”
Em uma das viaturas, o rádio já havia sido desligado. Em outra, ainda não - e agentes ainda conseguiam se comunicar entre si, mas sem contato com a central de operações.
O presidente do Sindiviários, sindicato que representa os marronzinhos, Reno Ale, afirmou que a entidade faz críticas à falta do rádio há anos. “As repetidoras do sinal já vinham sendo desligadas, sucateadas, e a resposta sempre foi o Pidion. É um erro. O sistema facilita a transmissão de dados, mas essa é só parte da comunicação que o agente faz. Mas a comunicação ágil é pelo rádio”, afirmou o presidente da entidade.
Aperto
A falta de rádio não é a única economia do sistema de trânsito. Por falta de lâmpadas de reposição, a companhia canibalizava os semáforos - retirando lâmpadas de conjuntos que estavam em ordem para garantir pelo menos o verde e o vermelho acessos de faróis quebrados.
Em março deste ano, a CET chegou a publicar um edital para pedir doações de material de escritório e mobília. Na mesma época, o prefeito anunciou liberação de R$ 150 milhões para reformar o parque semafórico.