Jornal Estado de Minas

MSTS ocupa prédio no centro da capital paulista

AgĂȘncia Brasil
Cerca de 320 famílias integrantes do Movimento dos Sem Teto do Sacomã (MSTS) ocupam um prédio privado na região central da capital. A ocupação começou sábado por volta das 22h. Parte desse grupo acampava em frente à Central de Habitação, na mesma região. Depois de serem ouvidos pelo secretário municipal de Habitação, José Floriano de Azevedo Marques Neto, os manifestantes desmontaram o acampamento. Resolveram no entanto permanecer no prédio ocupado até que suas reivindicações sejam atendidas.
De acordo com a coordenadora do MSTS, Elenice Tatiane dos Santos Alves, a única reivindicação do grupo é a de que os integrantes sejam incluídos em cadastros da prefeitura para que recebam benefícios com projetos habitacionais. “Não queremos bolsa aluguel, dinheiro, nada disso. Queremos moradia. Mostrar para o governo que a população é muito carente e precisa de ajuda”.

O movimento é oriundo da comunidade de Heliópolis e muitos dos participantes tiveram suas casas queimadas em um incêndio há um mês. Além desse prédio, outro grupo ocupa, desde abril, um imóvel que pertencia a um universidade. As 950 famílias já foram cadastradas, mas segundo o MSTS ainda não foram atendidas. Parte dessas pessoas permanecerá na nova ocupação para dar apoio aos novos integrantes do movimento.

Uma das ocupantes, a desempregada Angela Cachimbá, de 25 anos, contou que está com a irmã e os um dos cinco sobrinhos no prédio. Ela pagava aluguel em uma casa que foi queimada em Heliópolis, mas não pode ser cadastrada pela prefeitura porque o imóvel não estava em seu nome. “Como não tinha para onde ir resolvi entrar no movimento e tentar conseguir uma casa.”, disse.

Bruna dos Santos tem 18 anos, e uma filha de dois anos. Seu marido é serralheiro com salário de R$ 900,00, o que, para a família, não é suficiente para continuar pagando o aluguel de R$ 400,00 na casa onde estão vivendo. “Como só ele trabalha não como continuarmos lá. Soube desta ocupação e resolvi aproveitar a oportunidade para tentar ser cadastrada”, disse.

Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Paulo não se manifestou sobre a ocupação do prédio, até a publicação desta matéria.