Começa a ser julgado pela Justiça criminal paulista o motoboy Sandro Dota, acusado de ter matado a cunhada Bianca Ribeiro Consoli, de 19 anos, na casa dela, em setembro de 2011. O julgamento acontece no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, nesta terça-feira.
O réu foi denunciado em 2011 por homicídio triplamente qualificado - motivo fútil, meio cruel (recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e estupro. Serão ouvidas 18 testemunhas, das quais cinco são de acusação, oito de defesa, duas comuns à acusação e defesa e três do juízo.
Emocionada, a mãe de Bianca e testemunha, Marta Maria Consoli, disse que conversou com a jovem por telefone alguns momentos antes do homicídio e que a menina era a filha que toda a mãe queria ter. "Depois do crime, ficamos sabendo que o Sandro assediava várias mulheres no bairro, não só a minha filha. Meus netos tinham medo dele", afirma Marta.
A prisão preventiva de Sandro Dota foi decretada em 2011, após um exame realizado com pedaços de pele colhidos sob as unhas da jovem e que deram resultado positivo para o DNA do motoboy
Bianca Consoli estudava finanças na Faculdade Anhanguera Educacional, em São Paulo. O corpo da jovem foi achado pela mãe próximo à porta de saída da residência com sinais de enforcamento e com um saco plástico na boca. A polícia informou que a estudante teria sido atacada logo após tomar banho, quando se preparava para ir à academia. A perícia informou também que houve luta corporal entre a vítima e o agressor.
Ela teria reagido e começou uma luta em que os dois lutaram por vários locais da casa. Foram encontrados mechas de cabelo dela pelos degraus da escada. Vários objetos da sala foram quebrados e alguns móveis estavam fora do lugar.
Os familiares acreditam que ela teria lutado para evitar um possível estupro. O sangue que Bianca tinha embaixo das unhas é o mesmo que Dota tinha na calça que usava no dia do crime. Ele foi encontrado com ferimentos pelo corpo e disse que as marcas eram consequência de uma queda.