Mesmo após os momentos de tensão e sufoco vividos pelo papa Francisco durante sua passagem pela Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, onde o carro do pontífice ficou retido por um engarrafamento de ônibus, os fiéis que desejavam tocá-lo ou tirar uma foto e a equipe de segurança que lutava para manter a integridade do chefe da Igreja Católica, não há previsão de grandes mudanças no esquema de proteção ao longo da Jornada Mundial da Juventude. Hoje, 5 mil homens participam do esquema de segurança do pontífice durante sua visita à Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (SP), onde ele fará a homilia de missa marcada para as 10h30. O esquema (veja quadro) inclui vigilância aérea e até um hospital de campanha.
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As únicas mudanças até agora são a decisão de que o pontífice vai do Rio para São José dos Campos (SP) de avião e que, ao voltar à capital fluminense no fim da tarde de hoje, fará o trajeto até a Tijuca (Zona Norte), onde visitará um hospital, em carro fechado e não mais aberto como estava previsto antes. Os planos eram de que ele seguiria do Rio para Aparecida de helicóptero, mas a ideia acabou abandonada por conta do mau tempo na região. O papa se deslocará de helicóptero apenas entre as duas cidades paulistas. “A alternativa, em caso de falta de condições para a decolagem (entre São José dos Campos e Aparecida), será o deslocamento terrestre”, disse o general José Alberto da Costa Abreu, comandante da 1ª Divisão do Exército.
Em reunião na noite de segunda-feira, integrantes do Centro Integrado de Comando e Controle do Rio de Janeiro, formado pela Secretaria de Segurança Pública Estadual, PF, Polícia Rodoviária Federal e prefeitura, avaliaram que o esquema de segurança se mostrou positivo, pois não ocorreu qualquer incidente envolvendo o papa ou os convidados. Segundo eles, a retenção na Avenida Presidente Vargas decorreu de uma série de fatores, em especial opções do próprio Vaticano, relativas à visibilidade e ao contato do papa com os peregrinos.
Hoje, o líder católico desfila no Papamóvel em Aparecida. Grades foram colocadas no caminho por onde ele passará. Entrará no santuário somente quem que estiver usando pulseira distribuída ontem por meio de senhas. Haverá 15 mil assentos na basílica, dos quais 12 mil para o público. Religiosos, autoridades e integrantes da comitiva do papa ocuparão os 3 mil restantes. Os fiéis poderão assistir à missão também por telões fora da basílica.
Manifestantes
Não há expectativa de protestos na cidade, como os que ocorreram na capital fluminense na segunda-feira e levaram à prisão de sete manifestantes perto do Palácio Guanabara – sede do governo do Rio de Janeiro, onde se reuniram o papa e a presidente Dilma Rousseff. Todos os detidos foram soltos. Último a ser liberado, Bruno Teles foi acusado de lançar o primeiro coquetel molotov contra a tropa, que resultou no tumulto pelas ruas das Laranjeiras. Porém, por falta de provas, ele foi solto.
Ontem, foi publicado um decreto em que o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), alvo de sucessivos protestos, cria a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (Ceiv) e estabelece prazo de 24 horas para que operadoras de telefonia e provedores de internet atendam os pedidos de informações do colegiado. O dispositivo abre brecha para a comissão acessar dados do sigilo de comunicações dos suspeitos sem ordem judicial e foi bombardeado por advogados criminalistas.
OS NÚMEROS DE APARECIDA
PÚBLICO ESTIMADO
» 200 mil pessoas
AGENTES
» 5 mil homens das Forças Armadas e órgãos de segurança pública
» Desse total, 1,8 mil são da Polícia Militar de São Paulo
» 200 policiais rodoviários federais
NO AR
» 5 aeronaves, sendo
» 4 do Comando da Aviação
» Uma equipada com olho de águia
» 3 helicópteros
EM TERRA
» 200 viaturas do Exército
» 80 carros da Polícia Rodoviária Federal
» 18 motocicletas da Polícia Rodoviária Federal
» 55 carros de bombeiros e médios
NA ÁGUA
» 4 embarcações da Marinha
SAÚDE
» 1 hospital de campanha (atendimento ambulatorial)
» 40 profissionais farão o atendimento
Fonte: Exército brasileiro