Na quarta-feira, um dia depois de se unir, na Pampulha, em BH, a cerca de 10 mil jovens, na abertura da Semana Missionária, evento preparatório para a JMJ, Ana Paulo fraturou os tornozelos em casa. Dessa forma, terá que ficar com os pés engessados durante dois meses. “Estava no quintal, fazendo um caminho ao qual estou acostumada diariamente, e o pior aconteceu”, conta a jovem, que se preparou durante dois anos, na Paróquia de São José, para as atividades da jornada.
“Sempre achei que essa seria a viagem da minha vida. Já estava com tudo pronto, roupas na mala, objetos na mochila… Quem sabe na próxima irei”, diz a estudante, que daria tudo para estar no Rio. “Às vezes a gente acha que tem um plano, mas se esquece dos planos que Deus tem para nós. Como estou de cama, vou ver tudo pela tevê e me unir, em oração, aos católicos do mundo inteiro.” Mantendo a devoção e o bom humor, Ana Paula está certa de que, como diz a canção popular, “andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar…”
Distração
O imprevisto interrompeu também os sonhos da técnica em laboratório Izabela de Oliveira Ferreira, de 29 anos, moradora do Bairro Jaraguá, na Região da Pampulha. Em maio, ela quebrou o tornozelo esquerdo quando guardava uma mala no alto do armário do quarto. O banquinho no qual se apoiava virou e a queda foi inevitável. O resultado: dores, incômodo, bota ortopédica, sessões de fisioterapia e licença médica até o mês que vem. “Foi pura distração. Pensei até que pudesse viajar, mas os fisioterapeutas acharam melhor não me liberar para a viagem”, disse ela ontem, ao ser acompanhada, no exercício, pelo fisioterapeuta Bruno Augusto Dias e Silva.
Integrante de um núcleo do grupo de jovens da comunidade Mater Crucis, Izabela seguiria para o Rio como voluntária. A jornada, para ela, não é novidade, pois esteve em Sidney, Austrália, em 2008, e Madri, Espanha, em 2011. Na tarde de ontem, na clínica no Bairro Itapoã, a técnica em laboratório explicou que de todo mal Deus tira o bem. “No início, quando vi meu tornozelo inchado e dolorido, fiquei muito triste. Mas desde que o papa chegou, tenho visto as imagens na tevê, então fico feliz ao ver todos os jovens na expectativa e unidos em esperança.”
Ontem de manhã, Izabela viu, com atenção, celebração em Aparecida, e gostou de ver o papa mencionando Bento XVI, dizer que “sem Jesus não tem futuro” e falar da alegria de ser cristão: “Falar em Cristo é falar da alegria, de algo positivo. É fundamental, portanto, a juventude estar mobilizada.”
Espírito de união
Bruno Henrique Silveira,
18 anos, estudante de curso pré-vestibular