Alojado no Méier, na zona norte, a 20 quilômetros de Copacabana, um grupo de italianos saiu da missa às 20h e tentou, em vão, pegar um ônibus. “Eles não paravam quando a gente chamava. Os que paravam, estavam tão cheios que não dava para subir”, contou Francesco Chinetti, de 18 anos. Eles resolveram andar até Botafogo para pegar o metrô até o centro e, de lá, tomar um ônibus. Chegaram em casa à 0h30. “O problema não é o evento, é o depois. É muita desorganização, acho que não esperavam tanta gente nas ruas.”
Sem orientação, muitos visitantes ficaram perdidos em Copacabana. Os voluntários não estavam preparados para dar informações sobre transporte e os policiais mal conseguiam manter nas calçadas as imensas filas dos pontos de ônibus. A peregrina Roseli Machado, de 48 anos, e mais um grupo de adolescentes de Harmonia (RS), saíram de Copacabana às 21h30 e chegaram a Taquara, a 30 quilômetros de distância, à 1h30. Elas não sabiam que condução pegar e embarcaram em um ônibus que as deixou a três quilômetros do alojamento, depois de horas no trânsito. A caminhada foi feita debaixo de chuva, em ruas escuras e desertas, sem sinalização. “Foi horrível. Demos as mãos bem forte, teve uma hora que a gente até rezou uma Ave Maria”, disse Letícia Maria Pereira, de 16 anos.
Quem teve paciência para esperar o metrô, como o chileno Ignacio Jacquest, de 17 anos, presenciou funcionários liberando a catraca para que os peregrinos entrassem mais rapidamente, sem pagar. Nas ruas de Copacabana, sacos de lixo se amontoavam nas calçadas.