O professor Walmyr Junior, de 28 anos, voluntário da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), prestou hoje (27) um depoimento emocionado durante o encontro da sociedade civil com o papa Francisco, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ex-dependente químico e morador do Complexo da Maré, Junior disse que sua fé e o trabalho na Igreja Católica Apostólica Romana o recuperaram. Atualmente ele atua na Pastoral da Juventude da Arquidiocese do Rio. Após discursar, ele foi abraçado por Francisco.
Órfão e sem condições financeiras, Junior conseguiu uma bolsa de estudou e formou-se em história pela Pontifícia Universidade Católica (PUC). Ao discursar para Francisco, ele citou várias situações em que os jovens foram vítimas. Junior mencionou a chacina da Candelária, em 1993, na qual oito adolescentes e crianças foram mortos, e o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que matou 242 jovens.
O papa Francisco retribuiu ao depoimento de Junior apelando para que todos mantenham a esperança e a fé. “Nas senhoras e nos senhores, vejo a memória e a esperança: a memória do caminho e da consciência da sua pátria e a esperança que esta, sempre aberta à luz que irradia do Evangelho de Jesus Cristo, possa continuar a desenvolver-se no pleno respeito dos princípios éticos fundados na dignidade transcendente da pessoa”, disse.
O arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta, ressaltou que a juventude deve contribuir para a construção de um país mais justo e igual. “Vocês [jovens] são protagonistas de um mundo novo e de um novo amanhecer. A participação política em busca do bem comum faz buscar uma democracia em que todos tenham vez e voz. Precisamos e devemos confirmar o sonho da justiça, da paz e da solidariedade”, enfatizou.