No discurso mais longo desde que assumiu o pontificado, em março, o papa Francisco apelou hoje (27) aos líderes da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil que usem a inspiração para pregar a religião, respeitando a laicidade do Estado e contribuindo com a sociedade. Francisco discursou durante encontro com religiosos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e vários segmentos da Igreja, no Palácio Arquiepiscopal de São Joaquim, na Glória.
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Lombardi lembrou que Francisco defende a "cultura do encontro" que é a busca do consenso e de acordos, por meio do diálogo. "A religião não tem que ser excluída, de ter presença ativa e propositiva da sociedade. A religião não tem que ser superior nem impôr sua presença, mas tem que dar sua contribuição de maneira positiva", disse o porta-voz.
O porta-voz acrescentou que: "A missão da Igreja hoje e os problemas atuais foram expressados de maneira muito honesta e concreta , mas sem medo e com esperança de continuar o caminho".
Lombardi analisou ainda o discurso de Francisco sobre a laicidade do Estado, no Theatro Municipal do Rio. O Brasil é um Estado laico em que o país oficialmente é neutro em relação às questões religiosas.
"Há, principalmente, na Europa uma ideia que vê a laicidade, como a religião, totalmente de fora da vida pública e sem função ativa na vida da sociedade. Mas, há também uma laicidade que é capaz de tomar contribuições de todos os componentes da sociedade, entre eles, as organizações religiosas. É o mesmo que o Bento XVI dizia nos últimos anos. Liberdade religiosa é a liberdade da religião de dar uma contribuição ativa e positiva à sociedade", ressaltou o porta-voz.
Lombardi elogiou a encenação da Via Sacra ontem à noite, na Praia de Copacabana, e disse que Francisco gostou particularmente das adaptações dos textos à realidade atual do mundo. "O papa gostou muito da Via Sacra e do esforço de atualização dos significados para os jovens e para o mundo de hoje".
A encenação da Via Sacra, que representa o caminho feito por Jesus Cristo carregando a cruz, sendo humilhado até a crucificação, incluiu temas, como a evangelização no mundo digital, a prisão e o desemprego de jovens, a inclusão de deficientes físicos, o respeito a minorias, o aborto e a dependência química.