O programa quer levar médicos para as cidades do interior ou as periferias dos municípios com carência de profissionais em contratos provisórios de até três anos. Lançado no início do mês tem dado origem a protestos da classe médica, que não concorda com as condições apresentadas, entre elas a dispensa da obrigatoriedade de revalidação do diploma de médicos formados fora do Brasil.
Inconsistências
Ao todo, 7.278 médicos inscritos têm registros inválidos nos conselhos regionais de medicina. Para o ministério, o baixo número de médicos residentes que quer participar do programa chamou atenção: dos 1.270 profissionais que haviam se inscrito, apenas 31 (2,4%) confirmaram o interesse. Uma das exigências, porém, era a de o médico declarar que desistiria de seguir cursando a sua especialização.
Uma nova rodada de inscrições será aberta no dia 15 de agosto. Os médicos com a documentação pendente poderão fazer as correções e concluir seu cadastro nessa próxima fase.
Na quinta-feira, 1, será divulgada a relação de médicos e a indicação da cidade. Os brasileiros terão de assinar um termo de compromisso até o dia 3. Os nomes e as escolhas serão publicados no Diário Oficial da União no dia 5. Os estrangeiros terão até o dia 8 para entregar a documentação, pois só ocuparão as vagas que não forem preenchidas.
Em nota, o Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que os números mostram que há interesse dos médicos em atuar no SUS, desde que existam estímulos para levá-los ao interior. Informou ainda que os dados confirmam a decepção dos candidatos com a proposta, pois há fragilidades na garantia de condições para o exercício da medicina e a inexistência de direitos trabalhistas.
Protesto
Pela terceira vez no mês, médicos, residentes e estudantes de Medicina farão uma passeata nesta quarta-feira, 31, às 16h, em São Paulo, para protestar contra o programa Mais Médicos.