Depois do apelo feito pelo governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), nesta segunda-feira, 29, aos manifestantes para que deixem de protestar nas imediações de sua residência no Leblon, na capital fluminense, os coletivos que puxam os atos no Estado anteciparam o protesto que estava marcado para esta quinta-feira, 1, e realizarão nova manifestação na tarde desta terça-feira.
O "ato de urgência" foi criado pelo coletivo Fiscalização Popular do Governo do Rio de Janeiro, em resposta ao pronunciamento de Cabral. As declarações de Cabral deverão ser o foco das discussões na plenária desta terça à noite convocada pelo Fórum de Lutas, um dos coletivos mais atuantes no Rio.
"É lamentável que ele não tenha o mínimo de decência de assumir as responsabilidades das ações que ele mesmo tomou enquanto governador. A reivindicação das ruas é só uma indignação contra as ações do próprio governador", disse o universitário Júlio Anselmo, integrante do Fórum e da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre).
"Além da repressão policial, provou-se nesses anos de governo que ele governa para poucos. Não é à toa que a galera ficou com mais raiva e resolveu antecipar o ato. Hoje no Fórum esse deve ser o centro da discussão: preparar uma jornada de lutas pelo Fora Cabral."
Também está prevista para esta quarta-feira, 31, às 16 horas, com presença confirmada de adeptos dos black bloc, uma manifestação na Cinelândia, no centro, de onde os manifestantes devem seguir em direção ao prédio do Ministério Público e à Assembleia Legislativa (Alerj) para pressionar pela revogação do decreto 44.302/2013, que criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas - CEIV. Outro protesto na 5ª feira também está agendado no Leblon.