O Conselho Federal de Medicina (CFM) denunciou, nesta quinta-feira, falhas na plataforma de inscrições do Programa Mais Médicos e afirmou que irá encaminhar o caso para análise da Procuradoria Geral da República (PGR) e Polícia Federal (PF) para verificar a origem do problema que pode ter causado prejuízo a milhares de candidatos.
De acordo com a entidade, que critica a proposta de contratação de médicos estrangeiros para regiões pobres do país, há indícios de falhas nos procedimentos adotados pelo Ministério da Saúde na fase de inscrições ao Mais Médicos. Para o coordenador do Setor de Tecnologia da Informação do CFM, Goethe Oliveira, “é inegável o prejuízo causado à comunidade médica em decorrência das opções técnicas adotadas para o desenvolvimento do formulário de cadastramento no programa”.
Médicos com inscrições reativadas, atualizadas ou recém inscritos nos CRMs foram prejudicados e não conseguiram se inscrever no Mais Médicos, é o que afirma o CFM. Para a entidade, o Ministério da Saúde optou de forma equivocada por realizar a validação das inscrições em tempo real desconsiderando que utiliza a base de dados do DATASUS, que sofre atualização semanal dos dados médicos. Denúncias sobre boicote aos médicos inscritos nos Conselhos também foram feitas ao CFM, relatando a impossibilidade de anexarem documentos solicitados pelo programa e, assim, de concluírem o cadastro.
A polêmica em torno do programa Mais Médicos, que permite a contratação de profissionais formados no exterior sem a validação do diploma, já havia chegado à Polícia Federal (PF) no mês passado. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, encaminhou um ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, pedindo o acompanhamento da PF nas inscrições do programa. A medida foi adotada depois de denúncias recebidas pelo ministério de que grupos usariam redes sociais para incentivar médicos do Brasil a se inscrever em massa no programa. Uma vez atingido o objetivo e encerradas as inscrições, seria organizada uma desistência em conjunto. A estratégia, de acordo com as denúncias, teria como meta atrapalhar o cronograma e o recrutamento de médicos estrangeiros.
Com agências