Jornal Estado de Minas

MP recomenda liberdade para presos no protesto de terça em São Paulo

Agência Estado
O Ministério Público do Estado de São Paulo manifestou-se, na noite dessa quinta-feira, 1, a favor da liberdade provisória de cinco manifestantes detidos durante o protesto da última terça, 30, na capital. Segundo a defesa dos jovens, os cinco suspeitos não se conhecem e foram presos “aleatoriamente”. “Há vídeos mostrando que estavam sozinhos, sem praticar vandalismo, quando foram presos”, diz o advogado Luis Guilherme Ferreira. Ele e o outro advogado dos suspeitos, Geraldo Santamaria Neto, esperam que todos sejam soltos nesta sexta, 2.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os manifestantes foram detidos por dano qualificado contra uma viatura, desacato à autoridade, resistência à prisão e formação de quadrilha. Os cinco detidos são o publicitário e artista plástico Thiago Frias, de 31 anos; os estudantes Francisco de Campos Lopes e Nicolas Gomes de Deus, ambos de 20; Bruno Torres Mendes Soares e a estudante Andresa Macedo dos Santos, ambos de 19. Os quatro primeiros estão no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. Andresa está no CDP de Franco da Rocha.

Um vídeo mostra Frias sendo levado por policiais quando estava caído no chão. “Não estou conseguindo andar”, disse. “Você está fazendo drama”, respondeu um PM. “A prisão (de Frias) foi um absurdo porque, como eu, ele estava apenas participando pacificamente, cantando e batendo palmas”, comenta o designer carioca Lissando Silva, de 33 anos, atingido por uma bomba de efeito moral.

Após deixar o hospital, Silva afirmou que tentou prestar queixa no 14.º DP, em Pinheiros. Mas foi impedido por policiais do Choque. “Falei que estava ferido mas eles não se importaram e continuaram nos empurrando até sairmos da rua.”

Procuradas, a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Militar esclareceram que “as prisões realizadas visaram a deter os atos de vandalismo e também coibi-los”. “O jovem a que se refere a reportagem (Frias) foi preso sob a acusação de ter jogado pedras contra um veículo da Polícia Militar”, ressaltou a PM. A SSP ainda negou que qualquer pessoa tenha sido impedida de registrar B.O. “O que a PM fez foi garantir a segurança do prédio público e das pessoas que lá trabalham, ameaçados por manifestantes”.