Crime brutal em Londrina reacende debate sobre internação compulsória
Homem tem surto, assassina a mãe e três vizinhas no Paraná. No dia do crime, ele chegou a ser atendido e liberado por uma médica
O maquiador Diego Ramos Quirino, 30 anos, foi preso em flagrante, em Londrina (PR), acusado de ter matado a própria mãe e três vizinhas. As mulheres foram atacadas pelo homem que, pelado e com uma faca na mão, perseguia a companheira de 19 anos, Patrícia Amorim Dias. Depois de morar 10 anos em São Paulo, Diego voltou para Londrina em novembro de 2012, disposto a abandonar o uso de crack e de cocaína, que já o havia levado a três internações, ainda adolescente.
A família acredita que o jovem estava conseguindo vencer a batalha contra as drogas, embora mantivesse o uso ocasional de maconha. A brutalidade do crime, no entanto, alimenta a polêmica sobre a internação compulsória de dependentes químicos.
Embora familiares e vizinhos tenham sido pegos de surpresa, o surto psicótico, ocorrido no sábado, era previsível, segundo o professor de psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG) Domingos Sávio Lage. %u201CO crack pode trazer lesões irreversíveis para o cérebro. Ele pode despertar uma psicose latente, mesmo que a pessoa deixe de usar a droga%u201D.
Já o presidente da Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (Feteb), Wellington Vieira é favorável à internação involuntária de dependentes de crack em caso de ameaça à vida do próprio usuário, de familiares e de terceiros. %u201CNa casa de cada usuário, há, geralmente, três pessoas que sofrem diretamente (agressões) e 10 indiretamente%u201D, argumenta, acrescentando que a internação, no caso de Diego, poderia ter evitado a tragédia.