Renata informou que a decisão de fazer o ato de solidariedade hoje (11), quando se comemora o Dia dos Pais, objetiva “brincar que, neste domingo, seremos todos filhos e filhas do Amarildo, esperando ele voltar para casa. É um ato de solidariedade com a família, mas também reforçando esse pedido de investigação do caso”.
A assessora destacou a importância de se começar a discutir, também, outros fatos que permanecem sem resposta até hoje. Um deles é que, se Amarildo foi detido para averiguação por ser parecido com algum traficante para o qual havia um mandado de prisão, por que ele foi levado para a UPP e não para uma delegacia de polícia, como seria o correto, indagou Renata Neder. “Foi um procedimento que não é o correto”.
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Outra coisa que preocupa a Anistia Internacional é a tentativa de se criminalizar de alguma forma a família do Amarildo, disse a assessora de Direitos Humanos da organização. Segundo ela, o relatório apresentado pelo ex-delegado adjunto da 15ª Delegacia Policial (DP) da Gávea, na zona sul da cidade, Ruchester Marreiros, aponta envolvimento do pedreiro Amarildo de Souza e da mulher dele com o tráfico de drogas da comunidade. O delegado titular da 15ª DP, Orlando Zaccone, contesta essa avaliação. Zaccone assegura que o material colhido durante as investigações não garantem o indiciamento da mulher e de Amarildo nem comprovam o envolvimento deles com o tráfico. Marreiros foi transferido para a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.
“Esse relatório insinuando o envolvimento da família de Amarildo com o tráfico é muito grave por dois motivos. Nem que a família de Amarildo tivesse envolvimento com o tráfico, não seria justificável que ele sumisse. A gente vive em um Estado Democrático de Direito e existe um devido processo legal de investigação, de indiciamento, julgamento e aplicação das penas cabíveis”. O segundo ponto, disse Renata, é que essas acusações “não procedem”. Ela acredita que as insinuações feitas parecem ser “uma tentativa de criminalizar a vítima para desviar o foco do que deveria ser de fato a investigação sobre o paradeiro do ajudante de pedreiro”. O estado tem que dar um desfecho para esse caso, ser capaz de investigar e dizer o que ocorreu e punir os responsáveis pelo desaparecimento do Amarildo, declarou Renata.