Elizabeth disse que todas as acusações de envolvimento dela e do marido com o tráfico são mentirosas e visam a desviar o foco de atenção das investigações sobre o desaparecimento do marido. “Isso é tudo mentira. Para eles falarem isso, tem que ter prova”, declarou, ao comentar o relatório apresentado pelo ex-delegado adjunto da 15ª Delegacia Policial (DP) da Gávea, na zona sul da cidade, Ruchester Marreiros. Nas suas investigações, o delegado indicava o envolvimento do pedreiro e de sua mulher com o tráfico na comunidade. O relatório foi desconsiderado pelo delegado titular da 15ª DP, Orlando Zaccone.
A mulher do pedreiro declarou ainda que, sem imagens, fica fácil falar qualquer coisa. “Estão querendo sair do foco e querendo me envolver”. Segundo Elizabeth, a casa onde mora nunca foi usada por traficantes. “Minha casa nunca foi alvo de nada”. Ela ressaltou que está com medo da polícia, “porque a gente não sabe o que está no coração deles. Já que estão inventando isso, então para poder fazer alguma coisa de ruindade comigo e com minha família, está custando pouca coisa”.
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Elizabeth ficou alguns dias fora da cidade, na casa da filha, mas retornou à Rocinha. Ela destacou que esta é a primeira vez em que os seis filhos passam o Dia dos Pais sem Amarildo. “Está sendo triste para mim, para meus filhos, a família toda”. Disse ainda esperar por justiça, agora que o marido está morto, “porque até agora a justiça não apareceu”.