A expulsão por policiais de cerca 30 professores do Palácio Guanabara, depois de audiência com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, foi o estopim para que mais um protesto em frente à sede do governo terminasse em tumulto. A confusão começou quando um grupo decidiu permanecer no palácio, ao fim da reunião, e foi retirado à força por PMs. Havia cerca de 300 manifestantes do lado de fora e alguns deles derrubaram as grades que cercavam o palácio, ao verem os professores serem empurrados e arrastados. Policiais usaram spray de pimenta, bala de borracha e bombas de efeito moral. O confronto se espalhou pelas ruas de Laranjeiras.
Os professores estão em greve desde o dia 9. Eles se reuniram nesta segunda-feira, 12, com Pezão e o subsecretário de Educação, Antonio Neto. Insatisfeitos com o resultado do encontro, um grupo decidiu permanecer no Palácio. No Centro, manifestantes que faziam passeata da Igreja da Candelária à Câmara Municipal decidiram caminhar até o Palácio Guanabara, para apoiar os professores. Logo depois que chegaram à sede do governo, os professores foram expulsos. "Fui espancado e os policiais me jogaram para fora", disse o professor de história Fernando Pinheiro, que estava com a camisa rasgada. Colegas dele contaram que Pinheiro foi levantado e arrastado por sete policiais.
"A categoria está cansada de promessas que não são cumpridas. Depois da audiência, um grupo resolveu ocupar o Palácio e foi retirado à força. Arrastaram as pessoas, puxaram pelo cabelo, bateram em mulheres", afirmou Alex Trentino, coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Inicialmente, a polícia agiu apenas com spray de pimenta para dispersar manifestantes que tentavam derrubar as grades que cercavam o palácio. No entanto, a partir das 21 horas, policiais começaram a lançar bombas de efeito moral. Às 21h30, houve ordem para que o Batalhão de Choque atuasse para dispersar os manifestantes da rua do Palácio, a Pinheiro Machado. Nesse momento, o tumulto se alastrou por outras ruas.