Uma agência do banco Itaú na rua das Laranjeiras teve a porta de vidro quebrada. Uma vidraça de um posto de gasolina na rua Ipiranga também foi destruída e vândalos tentaram arrombar uma banca de jornal na rua Pinheiro Machado, mas foram impedidos por moradores. A banca, no entanto, foi bastante depredada. "Cheguei em casa e vi na televisão que ela estava sendo destruída", comentou Luiz Carlos Fernandes, dono do comércio. "Vou gastar uns R$ 4 mil para consertar o ar-condicionado e R$ 7 mil só no painel de propaganda. E o governador não vai pagar para mim."
Por volta das 10 horas, José Carlos, porteiro de um prédio na rua das Laranjeiras, limpava os cacos de vidro de um ponto de ônibus, que foi quebrado a pontapés. Ele fazia o serviço desde às 3h da manhã. "Não é minha obrigação, mas faço isso para ninguém se machucar."
A advogada pensionista Iara Coimbra viu, da janela do seu apartamento, um grupo de mais de dez pessoas mascaradas depredando o ponto e um orelhão ao lado. Ela chegou a chamar os vândalos de "bandidinhos" e pediu para que tirassem as máscaras. "Um deles até tirou", disse.
Funcionários de uma farmácia na rua das Laranjeiras contam que, às 20h, policiais deram ordens para que o comércio fechasse as portas. Gerente de uma casa de ração na rua Ipiranga, Manoel Faria acha que as manifestações são 'excelentes': "Protesto tem que ter todo dia, mas vandalismo não." A vendedora ambulante Maria Pereira trabalha ao lado da agência bancária depredada e contou que os camelôs têm medo das manifestações e que estas atrapalham suas vendas. "Quando vejo que vai ter ato em Laranjeiras, eu nem venho. Acho esses protestos uma palhaçada. O Sérgio Cabral é um ótimo governador, fez um bom trabalho pacificando as favelas, o que queriam mais?", questiona.
Segundo a Polícia Civil, um homem foi detido e encaminhado a 9ª DP (Catete), por jogar pedras em policiais militares. Ele foi autuado por perigo à vida ou saúde de outrem e liberado. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). O indiciado vai responder em liberdade.
As Secretarias Municipal e Estadual de Saúde não têm registros de feridos durante o protesto. O Corpo de Bombeiros, no entanto, atendeu um homem de 41 anos que ficou ferido por estilhaços de uma bomba de efeito moral. Ele foi encaminhado ao Hospital Souza Aguiar. Além disso, quatro policiais fizeram registro por lesão corporal provocada por pedradas.