Cremerj faz protesto por melhorias em hospital da zona norte do Rio
Centenas de pessoas fizeram, nesta quarta, manifestação em frente ao Hospital Municipal Salgado Filho, na zona norte do Rio, pedindo melhorias na estrutura e no quadro de funcionários da unidade. O protesto foi convocado pelo Conselho Regional de Medicina do estado do Rio de Janeiro (Cremerj), depois de uma fiscalização à unidade, que constatou problemas que dificultam o trabalho dos médicos, pondo em risco a saúde dos pacientes.
O Cremerj descreveu as dificuldades em um relatório que foi entregue à Secretaria Municipal de Saúde. No protesto desta manhã, os manifestantes vestiam branco e carregavam cartazes que pediam o apoio da população às reivindicações por melhorias no hospital. Duas viaturas policiais reforçavam o policiamento em frente à unidade.
Entre os principais problemas descritos no relatório do Cremerj estão a superlotação, a falta de profissionais de saúde e leitos montados de forma errada, o que, de acordo com a instituição, contribui para a transmissão de doenças respiratórias.
Segundo a presidenta do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo, são necessários mais concursos públicos, para que se reponha o pessoal nos hospitais com salários atrativos. "Estão agora com este programa, o Mais Médicos, para o interior, mas estamos vendo aqui, dentro do Rio de Janeiro, no Méier, que é um bairro populoso, com um número enorme de estabelecimentos comerciais e residências. O bairro está desprovido do mínimo que possa ser para o povo ser atendido numa emergência%u201D, disse Márcia.
A médica informou que o Cremerj fiscaliza as unidades de saúde rotineiramente. %u201CÉ obrigação do Conselho Regional de Medicina, principalmente para ver as condições em que o médico trabalha. Já entregamos vários à Secretaria Municipal de Saúde. Agora estamos mostrando à população o que está acontecendo. Só o povo na rua é que vai resolver, porque a secretaria não está nem aí para isso%u201D, disse Márcia Rosa.
De acordo com a coordenadora da Emergência e do Ambulatório do hospital, Eneida dos Reis, muitos pacientes ficam em macas durante a internação, e o clima fica muito tenso. "Maca é para transporte, não é leito%u201D, ressaltou Eneida. Ela disse que o número de pacientes recebidos pelo hospital fica muito além da capacidade de atendimento. "E o número de profissionais não é nem de longe o preconizado pelo Cremerj, pela sociedade, para atender àquela demanda."
%u201CEm dias de maior demanda, pode haver acomodação de leitos acima do ideal, com pacientes em observação%u201D, admitiu a Secretaria de Saúde, em nota. Segundo a secretaria, mais de R$ 6 milhões foram investidos no ano passado em obras e equipamentos no Salgado Filho. De acordo com o planejamento da secretaria, o hospital do Méier será o próximo a receber melhorias já implantadas em outras unidades da rede