Representantes de movimentos sociais e de comunidades realizaram, neste sábado, um ato no Alto da Boa Vista, que saiu da Vista Chinesa em direção à residência oficial da prefeitura, na Gávea Pequena. Intitulado Remove o Paes, as pessoas que participaram do ato pretendem realizar uma vigília em frente à casa de Eduardo Paes, para que ele pare com a remoção de comunidades carentes em várias regiões da cidade.
Outra comunidade que luta para permanecer no lugar é a Vila Autódromo, construída há mais de 40 anos ao lado do antigo Autódromo de Jacarepaguá. A professora Inalda Mendes Brito, que mora há 35 anos na comunidade, disse que os moradores são descendente de pescadores. Segundo ela, o prefeito Eduardo Paes não era nascido quando os moradores foram para lá. Inalda acrescentou que duas universidades federais – a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Federal Fluminense (UFF) - já se prontificaram a fazer projetos de urbanização da Vila Autódromo.
A prefeitura do Rio quer oferecer apartamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida, já em fase final de construção na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, mas eles recusam a oferta da prefeitura. "Nós somos contra. Primeiro, o Minha Casa, Minha Vida ser utilizado para remoção e, segundo, quando o programa foi lançado era para abater a falta de 8 milhões de habitações no país. Então, para que vai retirar quem já tem, se há 8 milhões na fila para pegar [casa]”, disse Inalda.
Outra comunidade presente na manifestação é a dos Moradores de Tubiacanga, na Ilha do Governador, ameaçada de remoção, devido a um projeto da Secretaria de Aviação Civil (SAC), de construir uma terceira pista no Aeroporto Internacional Tom Jobim-Galeão. A comunidade é a maior ameaçada de remoção, com 6 mil moradores. A comunidade de Tubiacanga é oriunda de uma colônia de pescadores da Ilha do Governador e existe há mais de 70 anos. Uma das representantes da comunidade, Rosemar Maria, disse que está muito preocupada com a remoção das casas.
"Ninguém quer sair de Tubiacanga. É um lugar tranquilo, como poucos que existem ainda na Ilha do Governador. Eles já mandaram um representante de Brasília, mas não apresentaram projeto algum. O que a gente quer é saber se Tubiacanga sai ou Tubiacanga fica?", questionou.