Jornal Estado de Minas

Mulheres vencem preconceito e assumem cargos de comando na segurança do DF

Além de enfrentarem criminosos e perigos, muitas têm que provar todos os dias que o lugar delas é nas ruas, cuidando da população

Mara Puljiz
- Foto: Edilson Rodrigues/CB DA PressElas chamam a atenção, incomodam criminosos e desempenham funções importantes dentro da instituição onde trabalham. Oito mulheres, chefes em forças de segurança diferentes no DF quebraram paradigmas e, hoje, representam o potencial feminino frente aos afazeres outrora exercidos por homens. No grupo, há três delegadas da Polícia Federal e Civil, uma piloto da Divisão de Operações Aéreas (DOA) da Polícia Civil, uma coronel da Polícia Militar, uma sargento do Corpo de Bombeiros que dirige uma plataforma de incêndio de 70 metros de altura, uma inspetora da Polícia Rodoviária Federal e uma major, responsável pela análise de procedimentos de alto custo na área da saúde em todo o Exército Brasileiro. Chegar ao topo não foi fácil para esse time. Além de anos de estudos, de inúmeros testes físicos e missões arriscadas, algumas tiveram de enfrentar dificuldades relacionadas à aceitação da ala masculina como subordinada no início da carreira. Foi o caso da delegada adjunta da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Renata Malafaia Vianna. %u201CIngressei em 2006 e estava com 27 anos. Alguns policiais mais antigos não queriam ser chefiados por mim e pediram para sair%u201D, revela. O profissionalismo no trabalho é o maior aliado para driblar o machismo e impor respeito. Natural do Rio de Janeiro, Malafaia já atuou na antiga Divisão de Homicídios (DH) e em casos de repercussão nacional. Está entre os nomes mais respeitados da corporação. Em dezembro do ano passado, enquanto diretora da Divisão de Investigação da Corregedoria-Geral, ela teve uma das atitudes mais ousadas da carreira: prendeu dois agentes acusados pelos crimes de sequestro e extorsão. %u201CSabia que ia enfrentar críticas, mas para mim isso não foi cortar na própria carne. Essas pessoas nunca foram policiais%u201D, ressalta. Os cabelos ondulados e o belo rosto também já arrancaram suspiros de detentos. %u201CUma vez, eu me surpreendi quando um preso disse que, quando saísse da cadeia, me pediria em casamento%u201D, brinca a delegada.