Defendendo a derrubada dos vetos, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, contou que os médicos fazem um dia de grande mobilização. “Estamos com caravanas de todo o Brasil e lideranças sindicais que estão percorrendo o Congresso. Sabemos que há uma pressão grande do governo. Entendemos que é preciso preservar o grande acordo que foi feito durante 12 anos de discussão do projeto no Congresso e acreditamos na derrubada ”, disse.
Integrantes de uma caravana com 90 profissionais de enfermagem vindos de cidades de São Paulo estavam nos corredores e no Salão Verde da Câmara. A conselheira do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), Ana Maria Donnabella, defendeu a manutenção dos vetos.
Ela avalia que a derrubada será um retrocesso e irá acabar com a autonomia de diversos profissionais da área de saúde. “Imagine uma campanha de vacinação precisar de um médico do lado, dizendo se cada criança pode ou não ser vacinada. O enfermeiro já tem essa autonomia”, disse Ana Maria. “Quem vai sofrer serão os próprios médicos e os pacientes”, completa.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está no Congresso desde o final da manhã articulando com deputados, senadores e entidades. Hoje, o governo decidiu encaminhar ao Congresso um projeto de lei em regime de urgência com o qual espera pacificar a polêmica em torno da questão.
Padilha apresentou aos líderes da base aliada do governo e ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a proposta que garante que o diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica sejam atividades privativas dos médicos, mas assegura a atuação de profissionais de acordo com os protocolos já adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).