Jornal Estado de Minas

Profissionais da área de saúde também protestam nos corredores do Congresso

Mais cedo policiais invadiram o Congresso e cobraram aprovação de piso salarial para a categoria

Agência Brasil
Profissionais da área de saúde contrários e favoráveis aos vetos presidenciais ao Ato Médico - que devem ser votados no início da noite de hoje se mobilizam no Congresso Nacional para influenciar na decisão. Profissionais como médicos e enfermeiros vestidos com jalecos e camisetas manifestando posição conversam com parlamentares na tentativa de convencê-los de suas posições.
Com gritos de ordem, os defensores dos dois lados se opuseram no Salão Verde da Câmara dos Deputados. No gramado em frente ao Congresso Nacional foi escrita a frase "Mantenham os vetos". Essas são algumas das categorias que lotam o Congresso em manifestações relacionadas ao interesse profissional. Entre os manifestantes também estão policiais militares e bombeiros, que pedem a aprovação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300.

Defendendo a derrubada dos vetos, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, contou que os médicos fazem um dia de grande mobilização. “Estamos com caravanas de todo o Brasil e lideranças sindicais que estão percorrendo o Congresso. Sabemos que há uma pressão grande do governo. Entendemos que é preciso preservar o grande acordo que foi feito durante 12 anos de discussão do projeto no Congresso e acreditamos na derrubada ”, disse.

Integrantes de uma caravana com 90 profissionais de enfermagem vindos de cidades de São Paulo estavam nos corredores e no Salão Verde da Câmara. A conselheira do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), Ana Maria Donnabella, defendeu a manutenção dos vetos.

Ela avalia que a derrubada será um retrocesso e irá acabar com a autonomia de diversos profissionais da área de saúde. “Imagine uma campanha de vacinação precisar de um médico do lado, dizendo se cada criança pode ou não ser vacinada. O enfermeiro já tem essa autonomia”, disse Ana Maria. “Quem vai sofrer serão os próprios médicos e os pacientes”, completa.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está no Congresso desde o final da manhã articulando com deputados, senadores e entidades. Hoje, o governo decidiu encaminhar ao Congresso um projeto de lei em regime de urgência com o qual espera pacificar a polêmica em torno da questão.

Padilha apresentou aos líderes da base aliada do governo e ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a proposta que garante que o diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica sejam atividades privativas dos médicos, mas assegura a atuação de profissionais de acordo com os protocolos já adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).