Dois adolescentes e um jovem que completou recentemente a maioridade são apontados como responsáveis pela morte de um morador de rua, no Guará. O crime ocorreu há 20 dias e foi esclarecido com a prisão de Wesley Lima da Silva, 18 anos. Uma menina de 17 anos, filha de um policial federal, e um garoto de 15 haviam sido apreendidos menos de uma semana após o crime. Eles confessaram ter queimado vivo Edvan Lima da Silva, 49 anos, enquanto ele dormia na praça da QE 18. O trio, de classe média, é morador da cidade e agiu com crueldade, segundo a polícia. O enredo remete ao caso do índio Galdino, incendiado há 16 anos.
Amigos de infância, Wesley e os adolescentes se encontraram na madrugada do dia 1º deste mês e, de acordo com as investigações, fizeram uso de maconha e beberam vinho — o mais velho ainda teria usado LSD. Às 4h34, chegaram a pé em posto de combustível do Guará e compraram um litro de gasolina. As imagens do comércio, entregues à polícia, mostram Wesley pagando pelo inflamável. O trio deixou o local às 4h38. Na sequência, eles seguem para a praça da QE 18, onde Edvan Lima e três mendigos dormiam atrás de um quiosque de madeira. A apuração aponta a garota como mentora da barbárie. Ela alegou ter sido vítima de uma tentativa de assalto praticada pelas vítimas e, por isso, queria se vingar, de acordo com a investigação conduzida pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará).
A adolescente confessou ter derramado o combustível nas vítimas, às 4h50. Um palito de fósforo foi usado para incendiar os mendigos, mas ninguém havia assumido o ato de jogá-lo, até a noite de ontem. Os jovens assistiram a Edvan pedir ajuda, em chamas, e fugiram em seguida, a pé. Levado para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), com 63% do corpo queimado, Edvan morreu dois dias depois. Num primeiro momento, a polícia trabalhava com a possibilidade de o crime ter sido praticado por conta de briga entre moradores de rua, mas a linha de investigação foi descartada após a identificação do primeiro suspeito, menos de uma semana depois do crime.