Começou com tumulto a primeira audiência pública da CPI dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio. Cerca de cem pessoas acompanham a sessão. Em uma galeria, os manifestantes chamavam os apoiadores dos vereadores de milicianos, e eles respondiam os chamando de "bandidos, vândalos, maconheiros e discípulos do Freixo". A polícia faz um cerco na entrada da Câmara, limitando a passagem de pessoas. Os defensores dos vereadores tentaram agredir manifestantes nas galerias, mas foram impedidos. Há seguranças nas duas galerias. Um homem jogou um tênis em um vereador e foi expulso da Casa.
Em meio aos gritos de protesto de ambos os lados, o secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, falou sobre a evolução do sistema de transporte no Rio. Ele reconheceu que a qualidade ainda não é suficiente, mas ressaltou que o Estado do Rio é o que mais investe em transporte no Brasil. Os manifestantes cobraram o bondinho de Santa Teresa, que não funciona desde um acidente que deixou seis mortos em 2011.
Eles ficaram cerca de cinco minutos de costas gritando "não, não não me representa", e os apoiadores responderam com "sim, sim, me representa sim". Os manifestantes acusam o grupo de ser formado por milicianos e de terem recebido R$ 250 para participar da audiência.
Os vereadores de oposição encaminharam uma nota à imprensa informando que estão na Câmara, mas que não participam da sessão incluindo o membro Eliomar Coelho (PSOL), que propôs a comissão porque as sessões ordinárias não acontecem há mais de uma semana e os recursos administrativos apresentados por eles, contrários à composição da CPI, não foram apreciados pelo plenário.
Senhas
Antes da sessão, um grupo de manifestantes simulou uma dedetização de baratas, em referência ao empresário Jacob Barata Filho, conhecido como rei dos ônibus. Manifestantes também usam máscaras dos vereadores do PMDB Chiquinho Brazão e Professor Uóston, respectivamente presidente e relator da comissão, que são da base governista. Na galeria oposta à que estão instalados os manifestantes, apoiadores dos vereadores estenderam uma faixa que diz "deixa a CPI trabalhar". Em resposta à presença deles, os manifestantes cantaram "Brazão, eu não me engano, seu coração é miliciano".
A assessoria da Câmara informa que a capacidade do plenário é de cerca de 160 pessoas. Senhas foram distribuídas do lado de fora para os que chegavam.
Na noite desta quarta, 21, a Justiça negou a suspensão da sessão desta quinta. O mandado de segurança foi ajuizado por vereadores de oposição.