O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quinta-feira que será investigada a informação de que funcionários haitianos, que trabalham na Embaixada do Brasil no país, cobram uma espécie de propina para a liberação de documentos aos interessados em viver em território brasileiro. A questão foi levantada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). Patriota disse que a informação tem de ser apurada e, se comprovada responsabilidade, o funcionário será demitido.
“Se houver provas, isso tem de ser apurado, e os funcionários devem ser demitidos. É uma prática inaceitável. Vou dar uma ordem daqui mesmo para apurar isso”, ressaltou Patriota, que participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara destinada a discutir temas relativos à política externa brasileira.
O chanceler ressaltou que o Brasil mantém contatos permanentes com as autoridades da República Dominicana, do Peru, do Equador e da Bolívia para analisar medidas que possam colaborar com a imigração legal haitiana. Segundo ele, a principal preocupação é com os chamados coiotes – pessoas que cobram pela travessia de imigrantes.
As autoridades querem intensificar as parcerias em dois eixos: barrar a ação dos coiotes e promover o intercâmbio de dados migratórios, de inteligência e de informações policiais.
O fim do limite na concessão de até 100 vistos por dia para os haitianos, em abril, conforme resolução publicada no Diário Oficial da União, pode levar à concessão de mais documentos. A resolução também acabou com o limite de 1,7 mil vistos por ano. Até então, havia pedidos agendados, na Embaixada do Brasil no Haiti, para a concessão de vistos até junho de 2014.