Leia Mais
Governador da Bahia empossa membros da Comissão da Verdade estadualComissão da Verdade quer mudanças nas PMsComissão da Verdade cobra de Cabral providências sobre ação da PM Comissão da Verdade de São Paulo recebe relatos de psicólogos sobre a ditadura militarFonteles diz que deixará Comissão Nacional da Verdade por motivos pessoaisTestemunha pode ser peça-chave para desvendar sequestro de menino feito pelo ExércitoDesaparecimento de restos mortais de vítimas da ditadura será apuradoOAB protesta contra sumiço de ossadas de guerrilheiros mortos na ditaduraExposição mostra lacunas nas famílias vítimas da ditadura militarA crise tem desgastado tanto os trabalhos que o advogado criminalista José Carlos Dias, que vinha se recusando seguidamente a aceitar a coordenação do grupo, feita em sistema de rodízio com trocas a cada três meses, voltou atrás. Após ouvir os apelos dos colegas, deve assumir o cargo nesta semana, sucedendo a também advogada criminalista Rosa Maria Cardoso da Cunha, que defendeu a presidente Dilma Rousseff nos anos de chumbo.
Dias dialoga com todos os integrantes do grupo e a sua indicação é uma tentativa de apaziguamento interno. A própria maneira como foi indicado, porém, revela a quantas andam as tensões. A informação de que ele seria o próximo coordenador foi divulgada pela imprensa após ter sido avalizada por três membros: o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, a psicanalista Maria Rita Kehl e o jurista José Paulo Cavalcanti Filho. A atual coordenadora soube pelos jornais que o nome de seu sucessor já estava definido.
Preocupada com o agravamento da crise interna na comissão, Dilma decidiu acompanhar mais de perto os trabalhos. Segundo informações de assessores, teria designado para a tarefa seu chefe de gabinete, Giles Azevedo. Por outro lado, também se atribui parte dos problemas à própria presidente, que se mantém indecisa quanto à indicação dos sucessores do ministro Gilson Dipp e do procurador Claudio Fonteles. Os dois pediram afastamento do cargo e há mais de três meses aguarda-se os nomes dos substitutos.
Dipp saiu por motivos de saúde. Quanto a Fonteles, não teria suportado a tensão interna. A maneira como saiu, de modo abrupto e com o anúncio público de sua decisão, desagradou o Planalto. Após ter sido convidado pessoalmente por Dilma, que o recebeu para uma longa conversa sobre os temas da comissão, esperava-se que a presidente fosse avisada da decisão antes de se tornar pública.