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Disputa entre policiais civis e militares atrasa a reconstituição do caso Amarildo Mulher de Amarildo depõe na Divisão de HomicídiosJustiça nega reconhecimento de morte presumida de AmarildoCaso Amarildo levanta debate sobre desaparecimentos em ação policialPoliciais que levavam Amarildo dizem que se perderamViatura da PM que levou o pedreiro Amarildo tinha outro rastreadorReconstituição do desapareimento de Amarildo tem segunda parteNo fim da manhã, o delegado Rivaldo Barbosa, responsável pelo inquérito da DH que apura o suposto assassinato de Amarildo, estimou que os trabalhos terminariam por volta das 14h. Entretanto, pouco tempo depois da entrevista do delegado, os investigadores disseram que a reprodução simulada havia terminado e deixaram a sede da UPP sem falar com os jornalistas.
Três dos quatro PMs que conduziram Amarildo participaram da reprodução simulada. Dois deles pediram para usar capuz para esconder o rosto, alegando que moram em favelas perigosas e temiam ser reconhecidos por criminosos.
O trajeto entre a casa de Amarildo e a UPP foi refeito três vezes pelos investigadores - um PM participou de cada vez. O objetivo da Polícia Civil era encontrar possíveis contradições nos depoimentos anteriores dos PMs.
Pelo menos 13 PMs que estavam de plantão na UPP prestaram novos depoimentos, entre eles o comandante da UPP, major Edson Santos - que será exonerado do cargo pela Polícia Militar nos próximos dias.
Segundo a Polícia Civil, esta foi a mais demorada reconstituição da história da instituição. Até então, o recorde pertencia à investigação do sumiço do menino Juan Moraes Neves, de 11 anos, na Baixada Fluminense, em junho de 2011, que durou 13 horas. Quatro PMs estão presos pelo crime.
Também nesta segunda, o delegado Rivaldo Barbosa disse que a reconstituição do sumiço de Amarildo "trouxe vários esclarecimentos". "Demos um bom passo na investigação. Colocamos as pessoas nos seus lugares, pegando pelos depoimentos, e estamos confrontando com o que foi falado anteriormente", afirmou o delegado.
O primeiro lugar onde os investigadores estiveram, ainda na noite desse domingo, foi a localidade conhecida como Cachopa. Segundo o delegado, era ali onde inicialmente estava a viatura da PM que transportou Amarildo de sua casa, na Rua 2, até a sede da UPP, no Portão Vermelho.
Em seguida, os policiais civis estiveram no bar perto da casa de Amarildo, onde ele foi abordado pelos PMs na noite de 14 de julho. Depois, os inspetores foram ao Centro de Comando e Controle da UPP, ainda na Rua 2, onde Amarildo foi colocado na viatura que o transportou até a sede da unidade, na parte alta da favela. Por fim, os investigadores seguiram até a sede da UPP.
Indagado sobre o motivo de familiares de Amarildo não participarem da simulação, Barbosa disse que, neste momento, não considerou conveniente. "Várias pessoas participaram da reconstituição até as 5 da manhã (desta segunda), inclusive as últimas pessoas que viram Amarildo. Repito: a reconstituição é necessária para esclarecer o que houve com Amarildo. Não estou imputando nada a ninguém. Ainda trabalhamos com aquelas duas hipóteses (de que o crime tenha sido cometido por PMs da UPP ou traficantes da Rocinha)."