Jornal Estado de Minas

Brasileiro suspeito de mutilar 15 mulheres está no Mais Médicos

Ele começa a prestar serviço hoje em Águas Lindas (GO). Ministério diz que caso será investigado

Correio Braziliense Agência Estado

O Ministério da Saúde selecionou para o programa Mais Médicos um profissional suspeito de ter mutilado e causado lesões corporais em pelo menos 15 mulheres em Manaus. Ex-deputado federal, Carlos José Cury Mansilla, 56 anos, começa a trabalhar hoje em um posto de saúde no município de Águas Lindas de Goiás (GO).

Até o momento, foram concluídos 15 inquéritos policiais no Amazonas. Segundo o delegado Mariolino Brito, as vítimas sofreram sequelas físicas e mentais, após passarem por procedimentos cirúrgicos com Carlos Cury.

O próprio médico assume não ter especialidade médica em cirurgia. Entretanto, conta que trabalhou por 28 anos como cirurgião-geral do Hospital Regional de Guajará-Mirim, em Rondônia, e já realizou cerca de 20 mil operações. “No interior do Norte, minha filha, nós somos especializados em tudologia”, afirmou.

As pacientes procuraram o médico para realizar cirurgias estéticas. Celiane Eduardo Santos foi uma das mulheres que entraram na Justiça pedindo indenização de R$ 108.690 por danos causados em uma cirurgia de redução das mamas. “Eu tive de realizar três procedimentos. No primeiro, eu não fiquei com o tamanho do seio que tínhamos acertado. Tentamos mais uma vez e não deu certo. Na última, ele já me atendeu muito mal e senti muita dor na anestesia, que ele mesmo aplicou”, conta.

Início do Mais Médicos pelo país
Em São Paulo, pelo menos 50% dos municípios selecionados  registrou desistências ou faltas nesta segunda-feira no primeiro dia oficial de trabalho do programa federal. As baixas foram computadas por 12 das 22 cidades que aguardavam brasileiros, segundo o governo federal.

A lista inclui, por exemplo, Campinas, no interior, Guarujá, no litoral, e Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, além da capital. A maioria dos profissionais alegou motivos pessoais para desistir da vaga. Teve quem passou em concurso público, quem preferiu seguir clinicando de forma particular e ainda quem não obteve autorização do Exército para mudar de cidade.

Já os faltantes de ontem terão de se explicar ao gestor municipal responsável se quiserem continuar no programa e ainda negociar com eles a compensação dos dias não trabalhados.

O governo não quis comentar um possível novo boicote da classe médica ao programa. Já as prefeituras negociam datas diretamente com os profissionais selecionados, a fim de não perdê-los.

Já no Ceará, estreia do Mais Médicos teve 100% de comparecimento dos profissionais. Os 110 médicos brasileiros selecionados pelo programa tomaram posse nesta segunda-feira e começam a trabalhar em postos do Programa Saúde da Família (PSF) em 49 cidades. O Ceará ofereceu 944 vagas, mas na primeira chamada foram preenchidas apenas 10,9%.