Relatório do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH) - ao qual a reportagem teve acesso - destaca que, em 24 de abril, o órgão recebeu denúncias de três moradores da Rocinha dizendo que a antiga casa de Nem era usada pelos PMs para "práticas de tortura, como eletrochoques, para conseguir testemunhos de moradores sobre o tráfico de drogas local". Datado de quinta-feira, 29, o documento é assinado pelo presidente do CEDDH, Pedro Strozenberg, e pela coordenadora da Comissão de Segurança Pública e Privação de Liberdade da Secretaria Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, Thais Duarte.
O advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo, encaminhou o relatório ao Ministério Público (MP), cobrando providências. Pelo menos oito PMs da UPP da Rocinha serão denunciados à Justiça sob acusação de tortura contra moradores. Durante a reprodução simulada, os policiais da DH também estiveram no bar onde o pedreiro foi abordado pelos Pms.
O estabelecimento é próximo à casa onde ele morava. Depois, os policiais civis foram ao CCC. Por fim, visitaram a sede da UPP, onde ouviram os depoimentos de 13 PMs que estavam de plantão na noite do sumiço de Amarildo - entre eles, o comandante da unidade, major Edson Santos, que será exonerado do cargo nos próximos dias. O trajeto entre o bar onde Amarildo foi abordado e a sede da UPP foi refeito três vezes pelos investigadores - um PM participou de cada vez. O objetivo era encontrar contradições em depoimentos anteriores dos PMs.