Jornal Estado de Minas

Manifestantes são impedidos de entrar no desfile na Esplanada

Máscaras e bandeiras com mastro foram barradas. Mais curta, apresentação começou antes de a presidente Dilma Rousseff chegar

Juliana Braga
Policiais revistaram manifestantes que se aproximaram dos desfiles - Foto: Breno Fortes/CB/D.A.Press
Mais curto por questões de segurança, o desfile de 7 de setembro começou antes de a presidente Dilma Rousseff chegar à Esplanada dos Ministérios. Às 9h, já haviam desfilado a pirâmide humana e o Batalhão da Guarda Presidencial. Dilma chegou por volta das 9h10. Desfilou em carro aberto , subiu ao palanque e, só então, às 9h16, os Dragões da Independência tocaram o Hino Nacional, acompanhados pelo coral dos estudantes do Colégio Militar de Brasília.
Esse ano, a presidente Dilma foi sozinha, sem o neto Gabrielzinho, e sem a filha, Paula. Acompanharam o desfile ao lado dela o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o vice-presidente Michel Temer, e os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Defesa, Celso Amorim.

Do lado de fora, manifestantes foram revistados e muitos foram barrados por estarem mascarados, carregando bandeiras ou cartazes. Alguns conseguiram entrar após retirar os mastros da bandeira. Um dos policiais militares chegou a pedir desculpas para uma senhora por revistar a bolsa dela. “Estou constrangido”, disse. Alguns manifestantes perceberam que a segurança estava revistando somente nas vias principais do Eixo Monumental e tentaram acesso pelas vias S2 e N2.

Presidente Dilma acompanhou os desfiles ao lado do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa - Foto: Iano Andrade/CB/D.A.Press
Os que foram impedidos de entrar no desfile reclamavam. “É impossível ter manifestação popular sem que o povo participe. Não vi isso nem na ditadura”, reclamou o professor Marco Bittencourt, 40 anos. Nas mãos, ele carregava um cartaz com os dizeres: “Mensaleiros: cadeia já” e “Reforma política já: fim do Senado”. Os barrados gritavam: “Ei, Dilma, vai tomar no SUS”. Cerca de 10 jovens se prostraram na entrada, amordaçados, com cartazes no chão. “Falsa democracia: vivemos uma ditadura maquiada”, dizia um deles.

Enquanto isso, manifestantes começavam a se preparar, próximo ao Museu Nacional, para os protestos de logo mais. O grupo que estava acampado em frente ao Congresso Nacional também foi para lá. Serão pelo menos seis grupos que se encontrarão no local. Depois do desfile, eles vão para a Rodoviária e, depois de uma hora de concentração, seguem para o Estádio Nacional Mané Garrincha.