Jornal Estado de Minas

Vinte e sete manifestantes foram presos no Rio

No fim da tarde, os manifestantes seguiram para o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras, na zona sul. A polícia mais uma vez usou gás lacrimogêneo para impedir a passagem do grupo

Agência Estado
Mesmo com a presença de dois mil policiais militares no centro do Rio, integrantes do movimento Black Bloc conseguiram invadir a Avenida Presidente Vargas enquanto era realizado o desfile de Sete de setembro, ontem de manhã. Houve confronto com a polícia, que usou gás lacrimogêneo. O público que assistia à parada ficou apavorado e abandonou as arquibancadas. Pelo menos 27 pessoas foram detidas e 12 ficaram feridas.
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O tumulto generalizado, com famílias correndo e crianças chorando, não alterou o desfile, que seguiu como se nada estivesse acontecendo. A confusão continuou depois da apresentação militar, que não contou com as presenças do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

No fim da tarde, os manifestantes seguiram para o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras, na zona sul. A polícia mais uma vez usou gás lacrimogêneo para impedir a passagem do grupo.

As manifestações foram convocadas pelo Facebook e começaram por volta das 7h30, uma hora e meia antes do desfile. Antes do início da parada, pelo menos quatro manifestantes já haviam sido levados à delegacia por desacato, agressão, uso de máscara e recusa em se identificar, o que está proibido por decisão judicial. Os PMs ordenavam a retirada das máscaras e a apresentação de RG. Quem não concordava era detido.

Às 9h, os manifestantes tentaram invadir a avenida Presidente Vargas e houve confronto com a PM. Por volta das 10h, conseguiram. A invasão e a reação da polícia afetaram o público nas arquibancadas, calculado em quatro mil pessoas.

A aposentada Nair Rosa, de 69 anos, caiu de uma delas e teve uma crise de pressão. Foi atendida no hospital Souza Aguiar e liberada por volta de 12h. "Eu estava em cima da arquibancada quando começou a confusão, fui empurrada e caí lá de cima. Fiquei muito nervosa". Em pânico, dezenas de pessoas deixaram correndo o local e se abrigaram na estação de metrô da Central.

O cinegrafista Patrick Granja, do jornal A Nova Democracia, foi detido na Presidente Vargas. A PM não informou o motivo da prisão e nem para qual delegacia ele seria encaminhado. O fotógrafo do jornal O Dia Alessandro Costa levou um chute de um PM. Uma agência bancária teve vidraças estilhaçadas.

Terminado o desfile, cerca de mil manifestantes do Grito dos Excluídos saíram em passeata pacífica pela Presidente Vargas. Black Blocs tentaram se misturar ao grupo, mas foram impedidos por policiais. Eles foram até o monumento a Zumbi dos Palmares, retiraram a bandeira do Brasil, a rasgaram e queimaram, e colocaram uma bandeira preta no lugar.