Jornal Estado de Minas

Médico é preso acusado de abusar de pacientes em Brasília

Investigado pela polícia, o profissional deve ser demitido. O CRM abriu sindicância para apurar o comportamento do ginecologista

Thalita Lins
Hospital Regional do Paranoá: enquanto o médico boliviano foi afastado da função, técnico de enfermagem virou alvo da Corregedoria - Foto: Dênio Simões/Esp. CB/DA Press
A Corregedoria da Secretaria de Saúde publicou ontem no Diário Oficial do Distrito Federal um parecer que recomenda a demissão do ginecologista Humberto Orellana Quinteros, 51 anos, acusado de violentar sexualmente oito pacientes, entre elas uma adolescente, no Hospital Regional do Paranoá. O entendimento foi divulgado um dia depois de a Polícia Civil revelar o envolvimento do médico boliviano naturalizado brasileiro nos casos. O Correio apurou que ele também tem registro para exercer a profissão em Minas Gerais, onde cumpre plantão, uma vez por semana, na obstetrícia do Hospital Municipal Dr. Joaquim Brochado, em Unaí.
Para que a demissão seja decretada oficialmente, o governador Agnelo Queiroz deve assinar documento confirmando a decisão da Corregedoria. Quinteros atuou no Paranoá até julho deste ano, quando acabou afastado. Encontra-se hoje lotado na coordenação-geral de Saúde do Hospital Regional de Santa Maria, em cargo administrativo. Na edição de ontem, o Correio revelou que o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM) recebeu três denúncias de pacientes vítimas de abusos sexuais na unidade do Paranoá.

A entidade abriu sindicância para apurar o comportamento do ginecologista. O processo, no entanto, não tem previsão para ser concluído. O diretor clínico do hospital de Unaí, Joaquim Tomas da Silva, se surpreendeu com o caso. Ele disse desconhecer o envolvimento do servidor em abusos sexuais. “Nunca tivemos reclamações ou queixas de pacientes. Se eu soubesse de algo, não esconderia”, afirmou o gestor. Mesmo assim, Silva adiantou que investigará com mais profundidade a conduta do profissional.