O crack é usado por 35% dos consumidores de drogas ilícitas nas capitais do Brasil, revela pesquisa inédita feita pela Fundação Oswaldo Cruz. O trabalho, encomendado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, indica que a maior parte dos usuários está concentrada na Região Nordeste.
Dos 370 mil consumidores regulares de crack ou similares (merla, pasta-base e oxi) estimados nas capitais do País, 148 mil encontram-se na região. Isso significa que 43% da população que usa regularmente drogas ilícitas nas capitais do Nordeste consome crack.
O porcentual só é menor do que o encontrado no Sul. Nas capitais da região, 52% das 72 mil pessoas que usam regularmente drogas ilícitas consomem crack (37 mil pessoas).
Depois do Nordeste, em números absolutos o maior número de usuários de crack está concentrado nas capitais do Sudeste. A região reúne 113 mil consumidores regulares da droga, seguido pelo Centro-Oeste (51 mil), Sul (37 mil) e Norte (33 mil).
O trabalho foi feito com base em dados coletados em 2012 com 25 mil residentes nas capitais. As pessoas foram visitadas em suas casas e responderam a perguntas sobre suas redes sociais. De acordo com a Fiocruz, esse é o maior e mais completo levantamento feito sobre crack no mundo.
Pesquisadores da Fiocruz analisaram ainda o perfil dos usuários do crack nas capitais, regiões metropolitanas, em cidades de pequeno e médio porte de forma a retratar um cenário similar para o País. O trabalho mostra que a grande maioria da população que usa regularmente é de não brancos (80%), solteira (60,6%) e do sexo masculino (78%) e que por algum momento já esteve na escola (apenas 5% dos ouvidos não completaram um ano de estudo).