Rio, 19 - Os problemas da semana passada (como falta de água, interdição de banheiros e excesso de rigidez na revista) não se repetiram nesta quinta-feira, 19, a primeira noite do segundo fim de semana do Rock in Rio, na zona oeste da capital fluminense, transcorreu sem problemas até por volta das 19 horas.
O comércio ambulante, especialmente concentrado em um acesso à favela da Vila Autódromo, a cerca de 500 metros da entrada principal da Cidade do Rock e onde o fundo musical permanente é funk, aumenta cada vez mais. O número de vendedores de bebidas e lanches aumentou, assim como a variedade de produtos oferecidos. A aposentada Fátima Souza, de 69 anos, permitia o uso de uma tomada para carregar celular por R$ 3 a hora. O preço incluía o carregador (dona Fátima tinha vários modelos disponíveis, compatíveis com a maioria dos aparelhos).
O uso de um banheiro saía por R$ 3, e uma cerveja não custava menos de R$ 4. Um casal vestido em trajes formais (ele com camisa e calça de linho, ela com saia longa) oferecia por R$ 20 cada exemplar de um livro que promete explicar a origem do Dia das Bruxas.
Devido ao tempo nublado, muitos ambulantes ofereciam capas de chuva, a R$ 5. "Aproveitem que, quando a chuva começar, o preço vai dobrar", alertava o vendedor Armando Pereira, de 35 anos. Até as 19 horas, no entanto, a chuva anunciada não havia começado.
Dentro da Cidade do Rock, a maioria do público desta quinta exibia roupas pretas, piercings, tatuagens e cabelos espetados. Quando os fogos de artifício anunciaram a primeira atração do palco principal, o show da banda Sepultura com os franceses do Tambores do Bronx, só havia espaço vazio a mais de 30 metros de distância dali. O estudante Maurício Brandão, de 20 anos, viajou de Belo Horizonte ao Rio para prestigiar sua banda favorita. "Sei todas as músicas do Metallica, ouço desde os 6, 7 anos" contou.