Jornal Estado de Minas

Pernambuco vai testar telas de proteção para impedir ataques de tubarão

Morte de turista na praia de Boa Viagem em julho motivou licitação

Diário de Pernambuco
A estudante Bruna Gobbi, de 18 anos, atacada em Boa Viagem em julho - Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução
A tela de proteção contra tubarões será testada nos próximos meses no litoral de Pernambuco. Uma licitação vai ser aberta para seleção de projetos de contenção a serem instalados na área de proibição de surf e esportes náuticos de cerca de 30 km entre Olinda e o Cabo. A decisão atende a uma das recomendações do Ministério Público de Pernambuco feitas após a morte da turista paulista Bruna Gobbi, 18 anos, atacada em Boa Viagem em julho. Os detalhes do edital serão definidos nesta sexta-feira, em reunião do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), mas o documento não tem data para ser lançado.

As telas serão instaladas de maneira provisória, possivelmente nos fins de semana, em trechos de pequena extensão, e terão uma proposta diferente do projeto estudado pelo Cemit desde 2010. A sugestão anterior, do Instituto Praia Segura, previa a interdição do trecho de praia em frente ao Castelinho, em Boa Viagem, para teste de uma rede de 450 m de extensão e 5 m de altura durante dois meses. A proposta era usar o material em eventos de esportes náuticos. A recomendação do MPPE, porém, é estender a colocação das redes para proteção de banhistas.
Os detalhes do novo modelo, como tamanho e material, serão definidos de acordo com os projetos, assim como o trecho onde serão testadas as redes. Serão levados em consideração a disposição geográfica das praias, a quantidade de frequentadores e a viabilidade econômica. “O MPE nos recomendou a tela para ampliação da área de segurança. Queremos fazer uma experimento para discutir qualquer projeto definitivo”, explicou a presidente do Cemit, Rosângela Lessa.

Outras medidas
Além da tela, o comitê anunciou outras ações para atender as recomendações. Uma delas será o aumento da quantidade de placas de advertência sobre proibição de surfe e esportes náuticos em Olinda, Recife, Cabo e Jaboatão, assim como a criação de uma placa de demarcação do início e fim da área de risco. Parte dos modelos, adotados desde 1995 e cuja última manutenção foi feita em novembro de 2011, passará por mudanças.

A atenção às correntes de retorno, responsáveis por levar Bruna a um trecho mais profundo do mar, foi redobrada pelos Bombeiros. O número de bandeiras de alerta subiu de um para sete em cada um dos sete pontos de corrente e um helicóptero será usado para monitorar correntezas.

O efetivo de guarda-vidas subiu de 53 para 64 e mais três jet skis foram acrescidos. As placas de imobilização e transporte, que só existiam nas viaturas, foram colocadas em todos os postos avançados e kits de oxigenoterapia foram distribuídos em sete postos de Boa Viagem. “Atingimos o fato inédito de não registrar nenhum salvamento desde 26 de julho”, disse o tenente-coronel Arnóbio José de Almeida. Neste mês, uma campanha educativa será lançada, com palestras.