Leia Mais
Ossada que pode ser de Amarildo é investigadaSecretaria de Direitos Humanos acompanha investigações do caso AmarildoTestemunhas em caso Amarildo ganham proteçãoMajor nega ter coagido testemunhas no caso AmarildoPrisão de PMs suspeitos de matar e ocultar pedreiro levanta questões sobre casos de torturaAmarildo foi torturado na Rocinha, diz políciaPM investiga flagrante forjado em manifestação no RJMinistra elogia desfecho do Caso AmarildoNa sexta-feira, 27 de setembro o Estado havia antecipado o indiciamento dos policiais e que os investigadores descartavam a hipótese de que traficantes de drogas da Rocinha tivessem matado Amarildo. O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios, entregou o relatório do inquérito, com 180 páginas, ao promotor Homero Freitas na noite desta terça. Entre os dez indiciados estão o major Edson Santos, comandante da UPP quando Amarildo sumiu, e os PMs Douglas Roberto Vital Machado, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Marlon Campos Reis e Victor Vinícius Pereira da Silva.
Em depoimentos ao longo do inquérito, todos negaram envolvimento no sumiço do pedreiro. Eles afirmaram ter liberado Amarildo após constatar que ele não era procurado pela Justiça. Nem a Polícia Civil nem a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio tinham revelado os nomes de todos os acusados até o final da noite.
Traficante
O relatório do delegado da Divisão de Homicídios foi finalizado após duas testemunhas acusarem o major Edson Santos de tentar corrompê-las para acusar o traficante Thiago Neris, o Catatau, pela morte de Amarildo. Santos, transferido do comando da UPP para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) após a repercussão da ação policial, afirmou que as acusações são falsas.
Até esses dois depoimentos, Barbosa considerava ainda não ter indícios capazes de levar ao indiciamento dos PMs. Os depoimentos das duas testemunhas - mãe e filho de 16 anos, moradores na Rocinha - ocorreram praticamente por acaso. Em 25 de maio, o garoto foi ferido por um tiro de fuzil ao tentar fugir de PMs da UPP, que o acusavam de ligação com o tráfico. Levado à 15.ª DP, ele contou ao delegado Orlando Zaccone que havia acusado Catatau porque Santos lhe oferecera R$ 500 mensais para ele e a mãe.