"É um processo de diálogo. Convidei os conselhos para ouvir e tentar entender de que forma podemos avançar", resumiu o prefeito. Perguntando se os encontros vão contemplar também o sindicato, Paes não respondeu e encerrou a coletiva. Antes, ele havia afirmado que se reuniu dez vezes com o sindicato e que não poderia "sentar numa mesa de negociação que não tem limites, agenda ou pauta."
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Beltrame reconhece que houve excessos da PM em manifestação de professores no RioBeltrame admite excesso na repressão de professores"Queremos deixar claro que já avançamos, com o plano de cargos que aumenta a remuneração deste ano, que reconhece as carreiras, e os direitos de aposentados. Mas não se avança tudo do dia para a noite, com faca no pescoço ou com greve. Diálogo pressupõe sentar e discutir, não partir para o radicalismo", disse.
Na avaliação do prefeito, cerca de 85% dos professores estão dando aulas normalmente. Paes afirmou também que diretores de escola são "heróis", por abrirem as escolas e darem aulas em substituição aos grevistas. "Os pais estão angustiados. É claro que o interesse da classe é legítimo, mas ela deixa de ser quando prejudica as crianças que estão sem aula", concluiu.
Manifestações
A greve teve início em agosto. Em setembro, após dez dias suspenso, o movimento retornou questionando a proposta para o plano de cargos e salários da prefeitura. Na última terça-feira, a Câmara de Vereadores aprovou o plano sob forte pressão dos professores, que estavam acampados em frente ao prédio. Os manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia durante a votação.
Eduardo Paes afirmou que "grupos radicais" se infiltraram nas manifestações. "Fizemos dez reuniões e não houve nenhum gesto de violência. Professor não ataca prédio, quebra cadeado ou anda mascarado." Após as manifestações, a prefeitura decidiu cortar o ponto dos grevistas. Segundo o prefeito, a reposição será decidida por cada diretoria das escolas.
Após o encontro, a representante dos pais, Sebelina Rocha da Silva, afirmou que a prefeitura está se esforçando para dialogar embora não defenda a postura adotada por ela. O conselho solicitou o fim da greve e a retomada das aulas com um plano de reposição.
"Reivindicar direitos é para todos, mas nesse momento nossos filhos estão perdendo seus direitos. As crianças estão na rua, soltas. Crianças que necessitam daquele café da manhã, almoço", afirmou a conselheira, moradora da favela da Maré (zona norte) e mãe de quatro crianças na rede municipal de educação.
Já o representante dos diretores, Niverson Antunes, afirmou que o plano de cargos e salários aprovado "é bom, mas não é perfeito". Responsável pela escola Ginásio Experimental de Artes na Praça Mauá (centro), o diretor classificou a reunião como "extraordinária, uma expressão democrática".
"A greve tem legitimidade, mas já conquistamos algumas coisas. Em relação ao que tínhamos, melhorou. É um avanço chegarmos onde chegamos. É hora de sentar e conversar, discutir questões pedagógicas. O prefeito sinalizou que está aberto ao diálogo", completou Antunes.