Jornal Estado de Minas

Grupo ataca Câmara e incendeia ônibus e Clube Militar; veja os vídeos

Professores em greve receberam o apoio da população nesta segunda-feira

Agência Estado
Milhares de pessoas participaram do protesto em apoio aos professores no Rio de Janeiro - Foto: AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA
Dezenas de mascarados atiraram pelo menos 20 coquetéis molotov dentro da Câmara de Vereadores do Rio (Cinelândia, no centro) nesta segunda-feira, à noite durante manifestação em apoio à greve dos professores. O grupo ainda tentou invadir o prédio e destruiu bancos, lojas e bancas de jornal. O edifício onde funciona o Clube Militar foi atacado e teve a portaria e o primeiro andar incendiados. Manifestantes também colocaram fogo em um ônibus.
Galeria de fotos dos confrontos durante o protesto

A 200 metros do local, tropas da Polícia Militar (PM) assistiam ao ataque sem interferir. Só agiram 30 minutos após o início do ataque, com bombas de efeito moral. O tumulto começou na Cinelândia, após marcha pela Avenida Rio Branco.

Para surpresa dos manifestantes, a Cinelândia estava despoliciada quando da chegada da cerca de 5 mil pessoas que participaram da passeata, na avaliação do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe). Na avaliações de entidades que estiveram representadas no protesto, havia pelo menos 20 mil pessoas.

A falta de policiais pode ter estimulado o vandalismo. Os primeiros ataques aconteceram em agências bancárias da região. Um Banco do Brasil e um Itaú foram destruídos. Barricadas de fogo surgiram na Cinelândia e em ruas vizinhas.


A pouco mais de 200 metros da Câmara, cerca de 40 policiais formaram um cordão em frente ao Quartel General da PM, a partir das 19h40. Mas não seguiram em direção à Cinelândia, o que estimulou os manifestantes. Pedregulhos foram arremessados em direção à tropa, que continuava impassível.

Os mascarados decidiram, então, atacar a Câmara, alvo já antigo das manifestações. As bombas caseiras e coquetéis molotov foram atirados por entre as grades do portão de ferro da Rua Evaristo da Veiga. O portão foi forçado, mas os manifestantes não tiveram força para derrubá-lo.

Dentro do Palácio Pedro Ernesto (nome da sede do Legislativo municipal), funcionários e seguranças respondiam com jatos de extintor. Não havia informações sobre os prejuízos dentro do prédio histórico.


A partir do momento em que a PM agiu, os depredadores recuaram. Mais agências foram destruídas, sendo que uma delas, do Banco do Brasil, teve os caixas eletrônicos incendiados. Os black blocs fugiram pela Avenida Rio Branco e em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, também alvo de protestos violentos desde o início das manifestações, em junho. Outros fizeram fogueiras em frente ao Clube Militar, quase na esquina da Rio Branco com a Avenida Santa Luzia. O clube foi atacado com pedras e explosivos. O fogo atingiu o primeiro andar, até ser apagado.

Ao longo da Rio Branco, a principal do centro carioca, praticamente todos os prédios foram atacados por pelo menos 200 mascarados. Portarias de vidro, jornaleiros, bancos, lanchonetes, galerias, nada escapou. Às 21h, na esquina com a Rua Sete de Setembro, uma patrulha da PM foi escorraçada a pedradas pelos manifestantes.


A falta de ação da PM já havia sido registrada duas vezes nessa onda de protestos. A primeira delas em 17 de junho, quando a Alerj foi atacada e o comércio das imediações, destruídos e saqueados.

As coberturas e laterais dos pontos de ônibus também foram destruídos. A bandeira do Estado do Rio, hasteada numa agência do Banco do Brasil, foi arrancada e substituída por um pano preto, sem que os policiais interferissem.

O protesto foi promovido em apoio aos professores das redes municipal e estadual, em greve.