O agricultor José Maria de Paula é o principal suspeito de ser o mandante do assassinato do promotor de Itaíba, no sertão pernambucano, Thiago Faria Soares, de 36 anos. A informação é do chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Oswaldo Morais. O suspeito tem extensa ficha criminal, já foi acusado de homicídio e está com prisão temporária decretada pela Justiça. Ele está foragido.
A causa da execução pode ter sido disputa de terra. De acordo com Morais, o pai da noiva do promotor, Mysheva Martins, teria arrematado 25 hectares da Fazenda Nova, em Águas Belas, em um leilão da Justiça do Trabalho. José Maria de Paula se sentiu prejudicado e se recusou a deixar a propriedade, que, segundo o chefe da polícia, "faz parte de um espólio que há oito anos se arrasta na Justiça".
"Até o momento, tudo indica que a motivação foi pessoal e não em função do cargo que ocupava", disse Moraes, durante o velório do promotor, no Centro Cultural Rossini Alves, em Recife. Moraes observou que a polícia ainda não descartou outras linhas de investigação.
Thiago Faria Soares foi executado com quatro tiros de espingarda 12 nesta segunda-feira, 14, na PE-300, quando se dirigia do município de Águas Belas, onde morava, para Itaíba, onde trabalhava, a 340 quilômetros de Recife. Ele estava com a noiva e um tio dela. Um veículo Uno, com dois homens, o seguiu e, depois de fazer um primeiro disparo, bloqueou o carro do promotor. Os assassinos desceram e o mataram. Nem a noiva nem o tio foram atingidos.
Uma força tarefa, composta por quatro delegados, pessoal da inteligência da polícia e dois promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), está encarregada de investigar o crime.Uma missão de promotores enviados pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, chegou nesta terça-feira, 15, para acompanhar as investigações.
O corpo do promotor foi enterrado no final da tarde desta terça no Cemitério Morada da Paz, no município metropolitano de Paulista.