Jornal Estado de Minas

Polícia e Black Blocs voltam a se enfrentar em passeata dos professores no Rio

AFP
Uma viatura da Polícia Militar foi incendiada durante manifestação no Centro do Rio - Foto: Ricardo Moraes/ReutersA passeata dos professores em greve no Rio de Janeiro terminou mais uma vez, nesta terça-feira à noite, em confronto entre os anarquistas mascarados do Black Bloc, que acompanharam a manifestação, e a polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersá-los.
A manifestação dos professores, que reuniu cerca de sete mil pessoas - segundo a polícia -, chegou à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia.

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O confronto provocado por pelo menos 100 Black Blocs teve início cerca de 45 minutos depois que o sindicato da categoria declarou a marcha por encerrada. O grupo respondeu com bombas caseiras ao gás lançado pela polícia e arrancou placas de alumínio, instaladas em prédios públicos, lojas e bancos do Centro para evitar danos materiais, para usá-las como escudo.

Um carro da polícia foi incendiado pelos manifestantes, de acordo com a Globo News. Lixo também foi queimado no meio das ruas. O portal de notícias G1 informou que três pessoas foram detidas, mas a polícia não confirmou esse número.

"Sem hipocrisia, a polícia mata todo dia!", gritavam os anarquistas vestidos de preto e com os rostos cobertos, enquanto caminhavam pela avenida Rio Branco, cujo tráfego foi interrompido no horário do rush.

A greve dos professores das escolas municipais do ensino fundamental começou há 61 dias, em protesto contra o plano de carreira e de salários proposto pela prefeitura do Rio.

O Sindicato dos Professores, que contabilizou mais de dez mil pessoas no ato desta terça, exige que as negociações sejam retomadas. Segundo a organização, o plano aprovado beneficia apenas 7% dos afiliados, que trabalham 40 horas por semana na mesma escola. Hoje, um professor da rede municipal ganha R$ 25 por hora.

Há uma semana, outra passeata em apoio aos professores também terminou com enfrentamentos entre a polícia e os anarquistas mascarados, que atacaram vários prédios no Centro do Rio.