Baleado nos dois braços nesta terça-feira, 15, à noite durante a manifestação no centro do Rio, Rodrigo Gonçalves Azoubel, de 18 anos, foi procurado na madrugada desta quarta-feira ,16, por policiais da Corregedoria da Policia Militar (PM) na Clínica São Vicente, onde está internado, afirmou o advogado Marcelo Chalréo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio.
"A família afirmou que policiais da corregedoria estiveram aqui de madrugada e a informação que circula entre funcionários do hospital é que a corregedoria esteve aqui, sim. O objetivo claro era recolher o projétil", afirmou. "O recolhimento do projétil, se ele existisse, dificultaria qualquer investigação. É um indício grave. O que querem ocultar? Por que estiveram aqui antes da Polícia Civil?"
Azoubel foi baleado por volta de 20h30 na Rua Santa Luzia, no centro. De acordo com informações preliminares, o tiro atravessou os dois braços. O manifestante foi operado e não corre risco de morrer. "Ele não soube informar de onde veio o disparo. Disse que não ouviu sequer barulho, sentiu uma dormência no braço e teve atendimento de voluntários. Sem esses primeiros-socorros prestados por estudantes de medicina ainda no local, ele poderia estar morto, segundo informações que recebemos no hospital", afirmou o Zaccone.
"Aparentemente, foi um tiro de pequena distância. Fotos dos ferimentos indicam a presença de pólvora", disse o advogado da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio. "Só a investigação poderá dizer o que ocorreu. Mas quem participa de manifestações não pode ser tratado à bala", acrescentou.