Leia Mais
Black Blocs e ativistas invadem laboratório e resgatam mais de 200 beagles Polícia investiga ação do Black Bloc no Instituto RoyalSindicato defende participação de black blocs em atosViolência em atos em SP ofusca movimentos pacíficosApós quatro meses, governos decidem tomar medidas contra vandalismoPM de São Paulo usa a internet para isolar black blocsDesde o início das ações violentas dos blacks blocs, Esther Gallego vem conversando com alguns deles. Segundo a professora, o grupo é formado por jovens de classe média baixa, maduros politicamente e que querem uma mudança estrutural no sistema político brasileiro.
“Eles falam que estão totalmente insatisfeitos com a política e como o governo não os escuta. Eles usam a violência para chamar atenção. Não acreditam em nada e não se sentem representados pelos políticos”, disse Esther Gallego. Para a professora, a violência da polícia e dos blacks blocs está aumentando e cada vez mais dificultando o diálogo.
Para Gustavo Romano, advogado e coordenador do blog Para Entender Direito, da Folha de S.Paulo, nada pode ser feito se não se souber o que eles querem, e isso não está claro. “Sem a violência, eles não teriam se tornado atores políticos. Mas, para a democracia, isso não funciona", disse.
Na avaliação de Romano, os Parlamentos municipais, estaduais e federal devem entender que, se não trouxerem essas pessoas para o sistema político, o país sempre vai passar por esse tipo de manifestação. "Essas pessoas acham que o Parlamento não as representa. Nós temos que encontrar mecanismos para dar voz a elas”, ressaltou.
"Mesmo aqueles que agiram de forma criminosa podem ter reivindicações legítimas, porque, embora o método que escolheram seja inadequado, para não dizer criminoso, o que eles querem pode ser a expressão do anseio ainda incompreendido do resto da sociedade que está silente", completou Romano.