Quatro meses depois das manifestações que começaram com um protesto contra aumento de tarifas no Rio e em São Paulo, os integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) voltam às ruas hoje na capital paulista e em outras 15 cidades para pedir a tarifa zero universal e melhoria no transporte. Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os brasileiros dos grandes municípios levam, em média, quase 41 minutos para chegar ao trabalho. O mesmo levantamento aponta que, quanto mais humilde a parcela da população, mais aumenta o drama. Entre as pessoas com renda per capita de meio a um salário mínimo, 17% passam pelo menos uma hora no deslocamento casa–trabalho. Essa proporção é seis pontos percentuais superior à registrada nas famílias mais ricas (acima de cinco salários mínimos).
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Militantes do Passe Livre ocupam a Câmara de Natal Movimento Passe Livre faz manifestação em São Paulo por melhoria no transporteAdvogados vão pedir soltura de estudante que protestou pelo passe livre em RecifeApesar de o problema persistir, o governo federal garante que fez sua parte. Durante a solenidade comemorativa pela sanção do Mais Médicos, a presidente Dilma Rousseff lembrou que a cerimônia era realizada exatos 120 dias depois do pronunciamento feito por ela, em cadeia de rádio e televisão, para firmar os cinco pactos de ação com governadores e prefeitos. “Esses pactos respondiam às demandas dos movimentos de junho, e convergiam com aquilo que o governo considerava que eram as grandes questões que precisavam urgentemente de atenção do país. E eu queria, primeiro, dizer para vocês que, nesses exatos quatro meses, o que propomos vem se tornando progressivamente realidade”, afirmou a presidente.
Em Brasília
Além da tarifa zero, o protesto de Brasília também levará pautas locais para a rua. “Também estamos reivindicando o transporte público 24 horas e a participação da população na gestão do sistema”, diz o cinegrafista Clede Pereira, de 20 anos. A concentração para a manifestação começa às 17h, na Rodoviária do Plano Piloto. Alguns dos atos do movimento ao longo da semana terminaram em conflitos entre a polícia e os manifestantes. Na Zona Sul de São Paulo, o protesto de quarta-feira resultou na prisão de 22 das 400 pessoas que participaram da protesto, segundo a PM de São Paulo.