Rio, 25 - Cerca de 2 mil professores reunidos nesta sexta-feira, 25, em assembleia decidiram encerrar a greve na rede municipal do Rio. A decisão foi apertada, com menos de 200 votos de diferença entre a proposta vencedora e a que defendia a continuação da paralisação. Os professores chegaram à assembleia divididos. Foram necessárias duas votações para definir os rumos do movimento grevista. Na primeira, não foi possível definir por contraste a posição da categoria. Os professores, então, contaram os votos um a um: o placar ficou em 1.085 a 888.
Foram necessárias duas votações para definir os rumos do movimento grevista. Na primeira, não foi possível definir pelo contraste de braços erguidos. Os professores, então, contaram os votos um a um: o placar ficou em 1.085 a 888. Em protesto contra o acordo assinado pelos professores em audiência de conciliação intermediada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), alguns usavam adesivos com a inscrição "fomos vendidos" ou "fomos negociados".
A militante Elisa Sanzi, conhecida como Sininho, que foi uma das presas da manifestação do dia 15, foi aplaudida ao chegar à assembleia, mas acabou impedida de discursar antes que os professores expusessem as razões para a continuidade ou não da greve. Na véspera, ela tinha defendido pela continuidade da greve. Outro personagem conhecido nas manifestações, o protético Eron Melo, que se fantasia como Batman, esteve na assembleia.
"Não é esta direção vendida que decide sobre a continuidade ou não da greve. O governo quer nos dividir", discursou um professor, que pedia a continuidade da paralisação. "Esse acordo é a maior rendição do movimento sindicalista", defendeu outro. "Greve é questão política. A nossa categoria, que botou 20 mil na rua, tem força política para continuar? E colocar todas as conquistas no chão? Me dói defender a suspensão da greve. Não é para comemorar. Mas tem professoras com 40 anos de magistério que estão cansadas, e eu vou voltar de mãos dadas com elas para a sala de aula", discursou uma professora que se identificou como Elizabeth.
As aulas foram suspensas em 8 de agosto e chegaram a ser retomadas em setembro. Mas a categoria retomou a greve depois que a Câmara de Vereadores aprovou plano de cargos e salários proposto pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). Para os professores, o plano só beneficia 10% da categoria - os docente com carga horária de 40 horas semanais.