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Maioria dos paulistanos desaprova os "black blocs"Polícia responsabiliza 'Black bloc' por violência em protesto em São PauloBlack Bloc é tema de audiência pública na Câmara dos DeputadosPolícia já ouviu 150 pessoas sobre as ações violentas em manifestações em SPViolência em atos em SP ofusca movimentos pacíficosLigação entre black blocs e MPL é explicada em livroApós quatro meses, governos decidem tomar medidas contra vandalismo“Identificamos a pretensão e a relevância do evento proposto nesta página; estaremos presentes, bem como sugerimos aos seus participantes manter contato prévio com o comandante da operação policial, no local e horário definidos, visando promover ajustes operacionais. É livre a manifestação do pensamento, e a PM assegura esse direito dentro dos limites legais. O sucesso é coletivo e desejamos ser seus parceiros”, diz uma das mensagens, postada na quinta-feira, 24, na página da “Marcha da Defesa Animal”, evento que ocorreu sem confrontos, no sábado, 26.
Na sexta-feira, 25, após as agressões ao tenente-coronel Rossi, o porta-voz do Centro de Comunicação Social da PM, major Mauro Lopes, afirmou que o Estado de São Paulo dará uma “resposta muito forte a esses bandos de criminosos”, em uma referência aos black blocs.
Avisos
Os textos publicados no Facebook são elaborados por um grupo de oficiais que, neste ano, já participou de cerca de 200 manifestações. A avaliação da PM é de que o sucesso de uma manifestação é coletivo e não dependente apenas da ação policial. O coronel Reynaldo Rossi disse anteontem, enquanto se recuperava das agressões, que as postagens são uma tentativa de aproximar os manifestantes tidos como mais conscientes dos policiais, isolando anarquistas. “Já fizemos duas experiências”, afirma.
O trabalho é complementado pela aproximação feita em campo, no local da manifestação, quando a PM está distribuindo o efetivo que vai trabalhar no ato. “O trabalho da PM é garantir que o direito à manifestação seja respeitado. Mas também é de garantir a ordem.”
Da mesma forma, a polícia está alerta a convocações pela internet. “As pessoas, quando se propõem a criar uma página na web, têm de ter consciência de sua responsabilidade. É como discutir a censura. Não é permitida a censura prévia. Mas, a posteriori, se você cometer excessos exercendo esse direito, terá de ser responsabilizado de forma justa”, diz o coronel.
A escolha dos eventos que serão objeto das tentativas de contato virtual é feita de acordo com a análise de riscos. “Como é que eu posso criar uma página chamada ‘Dia de Fúria’ (colocado no ar neste mês)? Eu sei que os propósitos deles são todos ilegais”, afirma Rossi. “Há eventos, como a marcha dos excluídos, em setembro, que reúnem 3.500 pessoas, e precisamos enviar de 200 a 300 policiais. Mas tem atos com 500, 600 manifestantes, que eu preciso deixar 1.600 homens a postos, porque haverá muitas pessoas dispostas a atos violentos.”