Depois de quatro meses, finalmente, os governos federal, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo decidiram sentar para traçar uma ação conjunta de combate à ação dos black blocs nas manifestações cada vez mais frequentes no país. O aumento da violência, tendo como pico o fechamento da Rodovia Fernão Dias na última segunda-feira (28/10), aliada às cenas impressionantes da agressão ao coronel da PM Reynaldo Simões Rossi, na sexta-feira (25/10), na capital paulista, levaram o Planalto a dar o sinal verde para que a conversa entre os entes federados saísse do plano virtual e passasse para o concreto.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai se reunir amanhã com os secretários de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, e do Rio, José Maria Beltrame, e de Defesa Social de Minas Gerais, Rômulo Ferraz. “O Estado tem de fazer respeitar a ordem pública, e assim será feito”, defendeu Cardozo, ao informar o envio de efetivo da Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro para reforçar a segurança na Fernão Dias, em São Paulo, onde atos de vandalismo têm sido uma constante desde o assassinato de Douglas Rodrigues, de 17 anos, que morreu depois de levar um tiro na Vila Medeiros, em São Paulo, durante uma abordagem policial.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que três linhas de atuação foram discutidas. “A primeira é tornar mais ágil a comunicação entre as duas polícias, reduzindo o tempo de resposta para o atendimento das ocorrências. Também foi discutido o aumento do policiamento na região, além do uso de estruturas da concessionária que administra a rodovia federal, como câmeras de videomonitoramento para auxiliar no combate à ação de vândalos”, afirmou a secretaria.