Ativistas fazem ato contra maus-tratos aos animais em frente à Universidade Federal
Ativistas dos direitos dos animais fizeram na tarde de hoje (31) uma manifestação pacífica em frente à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, região metropolitana do Rio. O ato ocorreu em protesto ao uso de animais em pesquisas da instituição, procedimentos que, segundo os manifestantes, são feitos com maus-tratos. Na última terça-feira (29), três ativistas prestaram depoimento na Delegacia da Polícia Federal (PF) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, por planejar o ato por meio das redes sociais.
A Polícia Federal informou, em nota, que a própria universidade procurou a delegacia, após alunos tomarem conhecimento da manifestação pela internet. %u201CEm vista do local ser uma instituição federal, cuja apuração de crimes contra estas entidades é atribuição da Polícia Federal, foi determinada a instauração do inquérito policial para verificar possível incitação ao crime e eventuais maus-tratos aos animais. Em nenhum momento, a Polícia Federal proibiu qualquer tipo de manifestação, tendo adotado as medidas necessárias para o acompanhamento do movimento%u201D, diz.
Para o presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA) da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio de Janeiro, Reynaldo Velloso, que está dando assistência jurídica ao grupo, e acompanhou os depoimentos, a livre manifestação é constitucional e não pode ser proibida. "A universidade ficou com medo do protesto tomar um rumo agressivo, temendo a invasão da a instituição, como aconteceu em São Roque, no interior de São Paulo. Por isso, ficaram monitorando a convocação do ato no Facebook , e quando encontraram alguns nomes, acionaram a Polícia Federal. Ela só fez o seu papel, que é ouvir os depoimentos e tentar discernir se há tal intenção, ou não. Todos os ativistas admitiram a manifestação pacífica, mas garantiram que o objetivo é, apenas, levar ao conhecimento da sociedade o assunto%u201D, disse.
A UFRRJ informou, por meio de nota, que o Instituto de Veterinária da universidade usa cães da raça beagle apenas em estudos para avaliação da eficácia de produtos veterinários. "Antes do início de qualquer estudo em animais as drogas são testadas in vitro, ou seja, diretamente nos próprios parasitos, para depois serem avaliadas nos animais, diminuindo assim a quantidade de animais necessários para a comprovação da eficácia. O objetivo do trabalho é melhorar a qualidade de vida dos animais, e os estudos são realizados sob a égide da legislação nacional vigente", esclareceu.
Ontem (30), a CPDA se reuniu com veterinários da universidade para ouvir suas justificativas sobre o caso. Na reunião, também ficou definido que a OAB fará uma futura visita à universidade. De acordo com Reynaldo Velloso, a Polícia Federal marcou para a próxima quarta-feira (6), às 10h, uma visita técnica para apurar as denúncias de maus-tratos na UFRRJ.