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Protesto na Rocinha pede que policiais entreguem corpo de AmarildoPMs mulheres teriam ouvido sessão de tortura de AmarildoTrês PMs envolvidos no caso Amarildo se entregamSTJ nega liminar a PMs envolvidos no desaparecimento do pedreiro AmarildoAcusado por sumiço de Amarildo é denunciado por torturaComandante das UPPs pede desculpas à família de Amarildo pela torturaJoão Tancredo avaliou que a responsabilidade civil do Estado pelo sumiço de Amarildo deverá ser conseguida sem nenhuma dificuldade. “Mas é pouco. A questão é conseguir responsabilizar os governantes pelos crimes, ou seja, a responsabilização pessoal. Isso é um pouco mais difícil”.
O advogado ponderou que nem os policiais, nem o ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, major Edson dos Santos, fazem coisas que saem de suas próprias cabeças. “Ele tem proteção de superiores para isso. Então, a gente tem que desbaratar essa rede. É uma verdadeira quadrilha que se formou. A gente precisa repensar e punir, no sentido da indenização. É uma forma de tentar dizer para o Estado não faça, treine seus policiais, remunere adequadamente, dê condições de trabalho, ensine direitos humanos para eles, para a gente poder ter um estado de tranquilidade”.
Será dada continuidade agora aos processos criminais contra os policiais indiciados no caso. Tancredo entrou com ação requerendo indenização para a mulher de Amarildo, Elizabeth, e os seis filhos do casal. A audiência ainda não foi marcada. Ele informou que não há um valor pré-estabelecido. “Em indenização, o que se leva em consideração é a gravidade do dano. E não pode ter um dano maior que a vida. A vida é o maior patrimônio que nós temos. Todos nós. Não importa se pobre, preto ou rico. Todos temos o mesmo valor.”. O valor da indenização a ser determinado pelo juiz atenderá ainda à capacidade de quem causou o dano, que é o Estado.
Segundo o advogado, tanto a mulher, Elizabeth, como os seis filhos de Amarildo sabiam desde o início que o marido e pai havia sido morto pela polícia. “Desde o início, eles falam isso”.
O espantoso, acrescentou, é o número de policiais envolvidos no sumiço do pedreiro. Até agora, foram indiciados 25 policiais militares, dos quais três mulheres, acusados de envolvimento no crime de tortura e morte de Amarildo. “Esse é um número impressionante. Não é uma laranja podre, não. O cesto está muito ruim. É preciso começar a rever, repensar a ideia de política de segurança da UPP. Tenho sérias dúvidas se essa política é o ideal para a favela”, manifestou.